Archive for Setembro, 2010

Os 10 melhores romances eróticos — número 8: O Crime do Padre Amaro

30/09/2010

Cartaz de um filme mexicano inspirado no livro

Você pode bem imaginar qual é o crime do padre Amaro.

Ele conquista o coração e a carne tenra de uma rapariga linda e pura, Amélia. Com seu realismo e brutal anticlericalismo, Eça de Queiroz  faz de O Crime do Padre Amaro um romance de elevado teor sexual. A conquista de  Amélia pelo predador sexual de batina é lenta, gradual e segura. O leitor como que assiste do camarote.

Eça é um escritor que tem que ser lido. Seu manejo do português é soberbo. Ele tem a mesma estatura de gigantes como Balzac, Zola, Dostoieski e Machado de Assis. Dominou como poucos a arte de escrever romances.  Você conhece a história de Portugal na segunda metade do século 19 pelas páginas de Eça.

O sexo, em Machado de Assis, era sutil. Você sequer tem certeza de que Capitu traiu o marido Bentinho porque fica no ar a possibilidade de um ciúme doentio do narrador, o próprio Bentinho. Em Eça não. O sexo é como ele é na vida real — uma força da natureza.

Assim Falava Tia Iracema — 5

30/09/2010

Sócrates da lascívia, Tia Iracema viveu e gozou uma vida longa e prazerosa. Na falta de um Platão que recolhesse seus aforismos amorosos, este sobrinho dedicado faz os registros, um por vez.

O amante justo sabe que, no sexo, há o tempo para falar e o tempo para calar. Na dúvida, é melhor calar.

Inocência

29/09/2010

Gozado.
Tanto tenho falado de Tia Iracema, a Sócrates da lascívia, e fui lembrar da minha primeira namorada.
Do olhar tão verde e tão puro dela.
Vestidinho azul e sob ele uma camisa amarela. Parecia uma escoteira. É assim que a vejo, tantos anos depois.
A roupa daquela festa em que começamos a namorar.
Lembrei dela ao ouvir essa música. E ver a garota dançando. Sacudir o rabo de cavalo de sua namorada faz você sentir como quando você era jovem, diz a música. Ah, se faz.
Engraçado. Já fui inocente. O tempo faz a gente se esquecer disso. Deve ser por isso que aquele monge zen diz que é bom ter uma foto sua de criança por perto.
De vez em quando — como agora — sinto saudade da minha era da inocência, tão distante do sexo, e de mim mesmo.

Assim falava Tia Iracema — 4

29/09/2010

Tia Iracema antes que o reumatismo infeccioso e a artrose a derrubassem

Mais um aforismo sexual de Tia Iracema, acima numa foto de seu álbum pessoal tirada na capital do amor, Paris. Distribuo as máximas em drágeas, como se fossem hostías para os fanáticos do prazer.

Os amantes sensatos e justos não pronunciam nome nenhum no ato sexual. Caso acertem, não farão mais que a obrigação. Se errarem, podem ter problemas desnecessários.

Assim Falava Tia Iracema — 3

29/09/2010

Sócrates sexual, lenda viva nos cassinos europeus nos anos 40 onde segundo rumores um conde russo cobriu uma noite de azar de 1 milhão de sterlings em troca de uma única bimbada,  faltou a Tia Iracema um Platão que registrasse sua sabedoria erótica. Na falta do velho grego, aqui estou, com uma frase por vez a fim de que o pensamento ekevado e elevador de Tia Iracema — uma santa — possa ser devidamente apreciado.

No sexo, como em tudo, não julgueis para não serdes julgados.

Assim Falava Tia Iracema — 2

28/09/2010

Minha lembrança de Tia Iracema

Verdadeira Sócrates da filosofia sexual, Tia Iracema — uma santa! — legou a nós que a conhecemos a amamos um arsenal precioso de aforismos amorosos. Como prometido, coloco uma frase por vez para que o pensamento elevado e elevador de Tia Iracema possa ser devidamenta apreciado.

Não reclame porque os outros não reconhecem suas virtudes sexuais. Pense, antes, se você reconhece as virtudes sexuais dos outros.

Os Melhores Livros Eróticos — Número 9: Engraçadinha

28/09/2010

Nélson Rodrigues foi melhor que o Brasil. Se tivesse escrito em inglês e nascido nos Estados Unidos, seria hoje um escritor da estatura de Hemingway.

E mais versátil: o melhor dele está nas peças, absurdamente inovadoras e bem escritas, mas também no conto, no romance, nas crõnicas de fatos diversos NR apresentou um nível irritantemente elevado.

Ele escreveu folhetins com os companheiros de redação olhando pelas costas onde iam dar as tramas. Para coisas que achava pouco sérias, usava o pseudônimo retumbante de Suzana Flagg.

Engraçadinha, ou Asfalto Selvagem, é dos anos 40. É tão provocativo que, se um jihadista ler, pode decidir não mais explodir com uma bomba e sim aproveitar as delícias terrenas proporcionadas pelas mulheres.

Ela é uma jovem suburbana carioca que enlouquece sexualmente todo mundo, inclusive uma prima. Sua beleza e libido são do tamanho do Redentor. Engraçadinha tem depois uma filha que é sua continuação, na vertigem sexual, Silene.

As aventuras de Engraçadinha, Letícia, Silene e tanta gente são valorizadas pela prosa soberba de Nelson Rodrigues, um dos meus queridos entre os queridos, um gênio, um talento para juntar palavras só comparável, em língua portuguesa, a Machado de Assis, e se alguém disser que a mim mesmo eu abjuro.

Assim falava Tia Iracema

28/09/2010

O presente de minha tia

Era uma mulher cheia de vida. Uns 50 anos à frente de seu tempo. Jogava, fumava, dançava, fornicava como se não houvesse amanhã. Quando fiz 13 anos, ganhei dela o Catecismo de Zéfiro enquanto minha Vó Cotinha me dava o catecismo ortodoxo. Dizia que tivera mais homens do que era capaz de lembrar.

E além do mais tocava banjo, embora fosse desafinada. Assim era Tia Iracema.

Como uma Sócrates lasciva, lançava nas conversas frases de sabedoria sexual. Vou lembrá-la em algumas de suas frases marcantes aqui neste blogue. Uma frase por vez, para que o pensamento elevado e elevador de Tia Iracema possa ser devidamente apreciado.

1 — Depois do sexo, não lamente o que você não recebeu e sim o que não entregou.

Os Melhores Livros Eróticos — Número 10: A História de O

27/09/2010

Me pedem minha lista erótica. A ela, pois. Publicarei um livro por vez.

Faz tempo que leio apenas alta literatura e filosofia ainda mais alta. Mas houve um momento, e não foi curto, em que devorei autores eróticos. Depois de fazer sexo, ler sexo é uma das melhores diversões que existem. Escrever também. Vou tentar achar uns contos que escrevi no passado. Caso encontre, publico aqui. Como em tantas coisas, procurei mesclar teoria e prática neste departamento. Uma alimenta a outra.

Bem.

O décimo na lista é um clássico da submissão, A História de O. Tinha que ser francês. Ninguém supera os franceses em preguiça, arrogância e sabedoria na arte do sexo.

O livro, de 1954, é de Pauline Réage. É um nome falso, dado o conteúdo chocante. Pouco antes da morte da autora, soube-se que se tratava, na verdade, de Anne Desclos. O romance foi transformado num filme igualmente bom, protagonizado pela belle Corine Clery.

Nada é mais erótico do que a submissão, como sabemos todos nós que mesmo não sendo franceses não somos bobos. O, fotógrafa de moda parisiense, aceita participar de uma sociedade secreta na qual as mulheres estão à completa disposição dos homens. Alguns detalhes são notáveis. As mulheres jamais vestem calcinha e devem ficar, todo o tempo, com as pernas levemente abertas.

O, como suas companheiras, ao dar tudo recebe tudo. Esta a lógica da submissão, que se expressa sublimemente no momento em que ela oferece a carne jovem para que seja marcada como gado a ferro quente pelo seu proprietário. A dor é a grande parceira da submissão nos jogos eróticos.

É um livro que não pode faltar em qualquer biblioteca erótica decente.

(A lista continua.)

Estou ofendido!

27/09/2010

Há um dramático problema de ética no Brasil.

A delinquência é premiada. Elogiada. Incentivada.

Praticamente não dormi mais que 8 horas por noite nos últimos dias pensando na defesa estranha que vem sendo feita a Manu depois que ela trapaceou numa promoção honesta e humilde que fiz aqui. Quem respondesse a uma questão ganhava meu novo livro, o Breve Dicionário Amoroso de A a Z, se e quando sair, com dedicatória.

Malu respondeu e deu uma de Miguel. Foi isso que me incomodou. Não o crime em si, que eu puniria com umas palmadas morais, mas a tentativa de negá-lo. Ela foi ao Google, como provou John, da nossa Stasi, mas disse que lera o livro. Fiquei nocauteado quando ela achou a resposta instantaneamente, mas depois vi que caíra à toa.

Mulheres tagarelam mais do que precisam e, muitas vezes, devem.

Malu se entregou, sem a menor necessidade, ao dissertar abstrusamente sobre as supostas tendências homossexuais de Hitler. Ora, o livro que ela dissera ter lido nega, com veemência, isso. É farto, na verdade, em documentações que provam o quanto o Fuhrer frequentou o corpo jovem, ágil, ávido de Eva Braun. De quanto ela o amou e lhe foi fiel, é prova sua insistência em morrer a seu lado no bunker de Berlim em que Hitler passou suas últimas semanas. Eva teve chances de ir embora. Seu rosto era desconhecido, o que lhe permitiria tentar refazer a vida.

A defesa insana a Malu se desdobrou num ataque sem paralelo a mim. Vejo se erguer uma conspiração do silêncio em torno de mim.

Pois me antecipo a ela e aviso que farei eu silêncio enquanto não receber pedidos — sinceros — de desculpas de pelo menos 10 — ok, 7 … 6 e não se fala mais nisso– pessoas.

Carta aberta a todos

26/09/2010

Todos aí? Não tá faltando ninguém? Paz e amor, todo mundo com o espírito bem hippie?

Beleza.

Pessoal. Tenho uma coisa simples a dizer, junto com o Presidente Nixon: shhhh.

O amor e a guerra, segundo os ditadores

26/09/2010

"Hoje eu fico com a Clara e vc com a Eva, Benito!"

Ditadores podem ser lunáticos, megalomaníacos, perigosos para a humanidade.

Mas não são bobos.

Hitler fazia Eva, uma alemãzinha de fazer alemão contar piada engraçada. Vinte anos mais nova, era uma escrava sexual insaciável de seu fuhrer.

Mussolini fazia Clara, uma italiana de fazer o papa recomendar o Corão. Trinta anos mais nova,  fez o Duce largar suas 14 amantes para se dedicar apenas a ela.

Hitler e Mussolini fizeram muito amor e fizeram muita guerra.

Fariam ainda mais amor se não fizessem tanta guerra, conforme constatou o Professor Pecadinho.

Hitler não teria que apontar uma arma para a boca e disparar. Mussolini não terminaria pendurado de cabeça para baixo num posto de gasolina.

Hitler e Mussolini, se tivessem nascido mais tarde e se tornado hippies, talvez constatassem, tomando um ácido e ouvindo Voodoo Chile, que é melhor fazer amor do que fazer a guerra.

Crime e Castigo

25/09/2010

Malu arrependida

E então Manu pecou.

Cometeu um erro clássico das mulheres: falou mais do que devia.

Depois daquela sensacional “descoberta” de que eu me referia a Hitler, Manu se pôs a fazer considerações sobre o fuhrer, amparada num professor de escasso conhecimento e grandes pretensões.

Resultado: ela atribuiu inclinações homossexuais a Hitler que são totalmente, avassaladoramente desmentidas no livro de quase 500 páginas que ela disse ter lido. Hitler tinha um bigode ridículo, é certo, mas jamais quis uni-lo a outros bigodes em encontros físicos. Como está colocado no livro, Eva, saciada, comentou depois de uma visita do primeiro ministro inglês: “Se aquele sofá falasse …” Jovem, vivaz, petulante, 20 anos mais nova que o ditador, foi deflorada e constantemente penetrada no sofá em que se sentara, flácido, o líder britânico.

Portanto.

Não posso entregar uma cópia do Breve Dicionário Amoroso a Manu. Em sua terra, há um ditado que diz que a esperteza, quando é demais, come o dono. Assim como o fuher comeu Eva, a esperteza comeu Manu.

Boa notícia para todos os que, desesperadamente, anseiam por uma cópia de meu livro, pois se abre agora uma nova chance. Ele vai ser entregue a quem, no julgamento que será feito aqui mesmo, for escolhido pelo grupo como autor do melhor conselho a Manu depois do flagrante de uso indevido de Google.

Gostosas não gostam de gostosas, exceto neste blog

24/09/2010

As meninas do blog são amigas

Noto feliz que todas as mulheres deste blog se dão bem, mesmo sendo gostosas.

Em Casa de Encontros, romance de Martin Amis, passado na Rússia sob a ditadura  bolchevista, o narrador e seu irmão disputam uma mulher sexualmente ousada, muito à frente de seu tempo. O narrador diz, a certa altura, para sua filha, uma mulher bonita: “Estou prestes a descrever uma jovem extraordinariamente atraente, e a experiência me diz que você não vai gostar, porque é isso o que você também é. E na minha experiência uma mulher atraente não quer nem ouvir falar de outra mulher atraente”.

Concordo.

Só vi uma exceção a esta regra: nosso blog.

O diário da amante de Mussolini

23/09/2010

Tesione

E nós falando de Eva quando há novidades quentes sobre a amante de Mussolini, Clara Petacci

Ela foi uma diarista meticulosa. Registrou seu dia-a-dia com Mussolini em detalhes. Muito do que Clara escreveu tem natureza sexual. Quase 30 anos mais nova que Mussolini, ele não a queria para uma relação platônica, definitivamente. O sexo entre os dois era ardente, segundo a ragazza. Mussolini tinha “potência divina” e as medidas de um “touro”,  registrou Clara. De acordo com ela, Mussolini se gabava de ter “o corpo mais bonito da Itália”. Clara foi morta e pendurada à vista do público com o amante deposto, em 1945. Dizem que um transeunte, ao ver o corpo, exclamou: “Uma coisa é certa, ela tinha pernas lindas”.

Parte dos diários da bela italiana foi publicada recentemente, cumprido o longo prazo estabelecido pela justiça italiana. Outra parte virá à tona em 2015.

Com base no que aconteceu com Eva e Clareta, mortas jovens na companhia de seus amantes, eu diria o seguinte às candidatas a se entregar ao sexo de homens que querem dominar o mundo, como Adolfo e Benito: um vibrador é mais seguro.

A libido de Benjamino

23/09/2010

O que você acha dessa animação de Ivan Maximov? O que ela diz a você no fundo da alma?

Foi o Google ou foi Manu?

22/09/2010

Eva e o namorado Adolfo

E então.

Manu, a Mulher Total, aplicou um golpe ou não ao desvendar velozmente a engenhosa charada que eu armara?

John, nosso Hard Finger, insinuou que sim.

Estou bem menos passado, com essa possibilidade, do que estive quando Manu respondeu, certeira. Mas. Mas. Mas quero ouvir a impetuosa Manu.

Faria ela uso subreptício do Google apenas para ganhar meu livro?

As mulheres são capazes disso?

A única maneira de Manu provar inocência é, imediatamente, contar por que a autora tinha certeza de que Hitler traíra Eva com Magda Goebbels, a mulher mais bela do Reich.

Eva

21/09/2010

Eva

Estou passado.

Fiz um teste e logo de cara Manu, a Mulher Total, matou a charada. Ela descobriu que as considerações sobre a mulher que utilizei no post anterior eram de Hitler.

Recapitulemos.

“Quando a conheci era agradavelmente cheinha e agora é quase um palito. As mulheres vivem dizendo que querem ser atraente para seu homem e depois fazem tudo o que podem para se rebelar contra a preferência deles. Fingem que fariam qualquer sacrifício para agradá-lo, embora sigam a moda avidamente. (…) As mulheres só querem ser invejadas pelas amigas.”

Eu já estava preparando uma nova série de pistas.

Que ela explique como, entre tantos livros, foi ler exatamente aquele em que estava a resposta? Mais: como gravou a frase de Hitler?

Bem, devo o prêmio a ela. Se e quando sair meu livro, pago. Se não,  dou um vale-livro.

Tenho que pensar num desafio mais complexo.

Estou passado.

As mulheres só querem ser invejadas pelas amigas

20/09/2010

A Gorda, de Aubrey Beardsley (1894)

Duvido que alguém adivinhe quem disse o seguinte:

“Quando a conheci era agradavelmente cheinha e agora é quase um palito. As mulheres vivem dizendo que querem ser atraente para seu homem e depois fazem tudo o que podem para se rebelar contra a preferência deles. Fingem que fariam qualquer sacrifício para agradá-lo, embora sigam a moda avidamente. (…) As mulheres só querem ser invejadas pelas amigas.”

Pistas: era europeu, gostava de pintar e amava seus cachorros.

Prêmio a quem acertar: um exemplar autografado do Breve Dicionário Amoroso.

Regras: cada um tem direito a três chutes, na primeira rodada. Se ninguém acertar, vamos a mais três chutes.

O aborto e a mulher do Serra

19/09/2010

Quero ouvir a voz rouca e sexy do blog sobre o seguinte fato: a declaração da mulher do Serra de que Dilma, sendo favorável ao aborto, gosta de matar criancinhas.