Archive for Março, 2011

O mito da felicidade

26/03/2011

Ninguém é feliz no casamento.
Ninguém é feliz no adultério.
Ninguém é feliz na solidão.
Logo, ninguém é feliz.

Schoppenhauer escreveu: “A pior coisa que pode acontecer a alguém a nascer”. A essência do budismo: a vida é sofrimento.

Dá para discordar?

Diferenças

26/03/2011

A questão amorosa me traz muitas dúvidas e poucas certezas. Melhor: cada vez mais dúvidas e cada vez menos certezas. Uma dessas é que, para dar certo com uma mulher, você tem que amar basicamente as mesmas coisas. Vou adiante. O ideal é que os dois também detestem basicamente as mesas coisas. O resto é fantasia. Pensar que quando duas pessoas diferentes se juntam uma vai acabar mudando a outra é de uma ingenuidade comovente.

Sobre o casamento

23/03/2011

 

De um grande amigo meu, trago a discussão abaixo.

 

Casar é ruim para os artistas. Cerceia a criatividade. Faz a arte ceder espaço a trivialidades domésticas, como pagar as contas.

Este é um conceito universalmente aceito.

Emile Zola, o grande romancista francês de “Germinal”, se insurgiu contra. Assim como se rebelara, como jornalista, contra a má vontade com que o mundo empoeirado das artes em Paris recebera a inovação de pintores como Manet, Monet e Cezzane.

Em “A Obra” Zola aparece como Sandoz, um jovem jornalista. É o romance em que ele mais se coloca pessoalmente. Numa conversa com Claude, um pintor que está tentando viabilizar a carreira, Sandoz o critica por não casar com a mulher por quem era apaixonado. Ele próprio, Sandoz, avisa ao amigo que em breve vai casar.

Por Sandoz, Zola faz o elogio do casamento. A mulher, afirma ele, traz a disciplina, o equilíbrio necessário para que o artista possa se concentrar em seu trabalho.

Claude acaba se casando. Mas, paradoxalmente, dadas as opiniões de Zola, vive um casamento trágico. O pintor criado por Zolá tem um filho com problemas mentais e jamais se acerta na vida dentro de uma família. Acaba se enforcando.

Isso mostra que Zola talvez não estivesse tão convencido assim das virtudes matrimoniais. Ele próprio se casou formalmente, mas acabaria tendo dois filhos fora do lar.

Manet foi, segundo a maior parte das interpretações, a fonte de inspiração de Zola para o personagem de Claude. Mas também Cezanne, amigo de infância de Zola, é citado.

O que é inegável é que Cezanne não gostou nem um pouco do romance do amigo. A amizade entre os dois terminou nele.

Para a posteridade, talvez por obra de mulheres casamenteiras, não ficou o casamento miserável de Claude. Ficou o elogio conjugal de Zola, cujas palavras você encontra espalhadas em muitos lugares na internet.

Quanto a mim, minha opinião é que, bem, minha opinião não vem ao caso.

Bunga bunga

19/03/2011

Só para saber: alguém já ouviu falar de “bunga bunga” — aquelas festas, melhor, surubas do velho Berlusconi?

Se sim, detestam ou admiram?

Who knows when we shall meet again?

11/03/2011

João estava em seu Smart. Decidiu ligar o rádio ao acaso e ouvir a música que aparecesse.

Fazia isso de vez em quando, nos momentos de angústia e desalento, como se esperasse um sinal.

E então tocou uma música que ele ouvira loucamente anos antes.

Aquele refrão.

Who knows when we shall meet again, if ever.

Quem sabe quando nos veremos outra vez, se é que nos veremos?

Pensou nele mesmo, pensou nela, pensou nos dois, pensou nos sonhos que sonharam e no pesadelo que viveram.

E então o cantor cantou um trecho de despedida poético. Goodbye my love. The stars wait for me.

Aí João acelerou, porque tinha que seguir adiante.

A maior dor

06/03/2011

“Sabe o que mais me doeu no nosso final de caso?”, Lúcio perguntou a Alice.

“Hmm?”

“Foi o sentimento de ter sido tratado como um idiota. Aquelas suas histórias, aquelas suas explicações, aquelas suas desculpas. Aquelas suas mentiras todas. Se você achou que eu ia acreditar, que eu ia engolir tudo, é porque tinha uma opinião realmente ruim sobre mim. Esta é a maior dor que vou levar das nossas ruínas.”

 

 

‘Fiz por amor, não por submissão’

04/03/2011

Ela quer saber o que vcs acham

Nossa Desesperada do Piercing parece que gostou da conversa, como se pode ver no relato abaixo. Ah, sim. Me chamou a atenção uma frase da Desesperada: “O amor diz sim.”

“Fabio, os comentários são muito bons. Mas eu queria esclarecer que fiz o que fiz por amor, e não por submissão. Se X, meu amado, me pedir que transe com outro, transarei. Se me pedir que vá com ele a uma casa de sexo em grupo, irei. Se quiser me sodomizar, deixarei. Isso se chama amor. O amor diz sim. O amor nunca diz não. Antes que me recomendem um analista, vou avisando que eu sou própria sou psicóloga. De consultório lotado. Quanto ao piercing, cada vez gosto mais dele. Curiosamente, não vi ninguém dar uma opinião estética sobre meu seio com o piercing.”

‘Uma decisão tinha que ser tomada’

03/03/2011

 

Recebi  da nossa amiga desesperada uma mensagem que gostaria de compartilhar com vocês.

“Fabio, li todas as opiniões das pessoas de seu blog. Agradeço a cada uma delas, mas uma decisão tinha que ser tomada. E tomei. Neste exato momento, um piercing enfeita meu mamilo esquerdo. Ou, se você preferir, meu coração. Não vou dizer que não senti dor. Mas foi uma dor boa. Meu namorado está feliz comigo. E eu mesma estou mais feliz ainda. Me sinto mais mulher, se você entende. Não melhor que as outras, mas diferente.

Em nome da mãe

02/03/2011

E a nossa desesperada do piercing volta a me procurar. Agradece os conselhos que tem recebido da turma, que não batem aliás com minha visão, e acrescenta uma informação nova e relevante. “Fabio, esqueci de dizer uma coisa. Ele diz que quer o piercing porque assim ele lembra da mãe, que morreu quando ele tinha 15 anos. Ele me contou que a mãe tinha um piercing no coração.”

Bem, isso reforça minha posição. A desesperada, para mim, deveria colocar o piercing, que para seu amado tem um valor afetivo e sentimental, além de sexual.

Mas gostaria de ouvir vocês.

Uma mulher desesperada pede conselho

01/03/2011

 

De vez em quando me confundem com um consultório sentimental.
Uma leitora, por exemplo, me conta que o homem que ama pede uma prova de amor. Não uma qualquer. Ele exige um piercing no seio esquerdo.
Por que no esquerdo?
“Porque é o coração”, explica a leitora.
Ela está indecisa e desepesrada. Me pede um conselho. Tem medo da dor. Tem mede de infecções. Tem medo de depois ter problemas de amamentação.
Mas também tem medo de perder o ser amado.
Não sei o que responder. Como homem, tendo a achar que as mulheres deveriam atender todas as solicitações de seus maridos, namorados ou amantes, desde que não sejam absurdas. No fim elas acabam se beneficiando, porque terão um sexo melhor. Mas pode ser uma visão masculina, apenas.
Por isso peço a ajuda de vocês.