Archive for Dezembro, 2006

Um caso antigo

29/12/2006

“Algumas vezes pensei em procurá-la para lembrar bons momentos que compartilhamos, mas sempre desisti. Esse tipo de reencontro não funciona: cada qual vê no outro apenas o fantasma de um tempo que se foi. No entanto sua imagem sublime naquela festa estará sempre viva em mim. Em mais uma de minhas tolices de escritor barato penso como seria se aquela festa jamais tivesse acabado, jamais tivesse acabado, jamais tivesse acabado.”

O amor na vida adulta

28/12/2006

“Constanza foi minha passagem para a vida adulta, como acontece para a maior parte dos homens em seu primeiro amor. A separação me trouxe a experiência inédita e dolorosa de lágrimas amorosas. O cinismo da vida como homem feito se incumbiu de secá-las. Nunca mais a encontrei.

só é feliz quem nunca verdadeiramente amou. a paixão é cruel como um cossaco russo, e sua vítima predileta é a felicidade.

27/12/2006

A amizade e as mulheres

27/12/2006

“Mulheres e amigos são complementares, como uma boa colher de Nescau e um copo de leite gelado. Cada parte tem sua função. A presença do Nescau não diminui o leite, nem a presença do leite diminui o Nescau. É uma imagem meio capenga, admito, mas preciso considerar que fui subitamente assaltado por uma feroz vontade de tomar um copão de Nescau gelado. (Copázio, corrigiria minha mãe, que jamais conseguiu dar um português decente a este seu filho.)”

O amor

26/12/2006

“No mundo perfeito, os casos de amor terminariam na hora certa. No último beijo que funcionou. Na última vez em que o amor e a generosidade triunfaram sobre o ódio e a mesquinharia. Mas isso não acontece. A gente sempre ultrapassa o ponto ideal no término dos relacionamentos. É a maldição dos homens e mulheres apaixonados.”

A volta de Fabio Hernandez

22/12/2006

O escritor Fabio Hernandez, ex-colunista de sucesso da revista VIP, homem perseguido por fantasmas bilíngües – nasceu em Cuba e naturalizou-se brasileiro -, está de volta. Aos sete anos, aprendeu a se deixar levar pelo vai-e-vem dos quadris femininos nos entardeceres de Varadero. Ali, aprendeu o que vale a pena na vida. Nos primeiros anos de Brasil, demonstrou pelo produto nacional um interesse que só os jovens ingleses têm — pelas guitarras. É um apaixonado, para dizer o mínimo. Passa mais tempo no inferno de seus próprios pensamentos que no céu do gozo, mas está sempre anotando o que achou do serviço.

Ele sempre foi leitor voraz do jornalista Rubem Braga, o maior cronista que a nossa língua já produziu. Por isso escolheu a profissão do bloco, caneta e perguntas. Mas nunca se excedeu para além do dolce far niente. Trabalha só para pagar o xis salada do hamburguinho. Intitula-se “escritor barato”. Pode não fazer dinheiro com seus textos, mas paga caro para escrevê-los. Paga com seu sistema nervoso.

Fabio é um detetive particular de filme policial. No lugar da lógica lancinante de colegas como Sherlock Holmes, ele descobre os mais desafiadores mistérios – contidos em cabeças de mulher- usando a paixão como método.

Seus amores impossíveis, suas reflexões acalentadoras e o humor que só um escritor barato pode alcançar estarão presentes no blog do Homem Sincero 24 horas por dia (e principalmente nas desesperadoras horas da madrugada quando a dor apavora).
(Marcelo Zorzanelli)