Archive for Julho, 2007

Coração Partido

31/07/2007

E então me ocorre uma canção do Legião Urbana chamada “Dezesseis”. Fala do Johnny, um cara que morreu num racha. Se arrebentou contra um caminhão. No enterro, diz a letra linda do Renato Russo, era “estranho e bonito” ver todo mundo cantando baixinho Strawberry Fields Forever. A graça da música é que Johnny era “fera demais para vacilar assim”, e havia quem dissesse depois que a real razão da batida foi um “coração partido”.

Lembrei disso ao saber de meu primo. Acabei de falar com ele. Ta no hospital, e amanhã vai fazer uma cirurgia. Os médicos dizem que o problema está no corpo, numa determinada região. Mas acho que, como o Johnny , o motivo mesmo é um coração partido.

Aquele passo

30/07/2007

O problema da condição humana não é a morte. Melhor: não é o conhecimento que temos de que vamos morrer. Nosso problema é não termos como interferir no passado. Seríamos felizes se tivéssemos como editar o passado. Sobretudo o passado amoroso. Fazer as coisas que não fizemos, e que deveríamos ter feito. Não fazer certas coisas que fizemos, e que não deveríamos ter feito. Deus, como eu gostaria de uma máquina do tempo. Aquela palavra que não foi dita: teríamos a chance de dize-la. Aquele gesto que faltou: teríamos a chance de faze-lo. E mais que tudo um passo específico: teríamos a oportunidade de refletir sobre ele. Quero dizer o seguinte: há, na história dos nossos amores, um passo a partir do qual não há volta. Um determinado passo. Cada um de nós sabe, num amor perdido, qual foi exatamente o passo a partir do qual não havia volta. Todo o resto é conseqüência desse passo. O sonho vão de todos nós, no amor, é voltar atrás num único passo. Aquele fatal.

Você: qual foi seu passo no seu grande amor perdido?

Dúvida

30/07/2007

É impressão minha ou, nos primeiros tempos que se seguem ao fim de um caso de amor, elevamos a pessoa acima do que ela realmente é? Ou sou eu, escritor barato, que tenho esse desvio psicológico para, aumentada a dor da perda, encontrar inspiração para escrever? A razão diz para fazer o contrário: diminuir a pessoa. Rasgar cartas e fotos. Concentrar-se nos defeitos. Mas faço o contrário.

A sabedoria do riso

30/07/2007

Acordei meio filosófico. E quando isso acontece pareço um livro de citações ou um manual vulgar de auto-ajuda. Recomendo aos mentalmente sãos que parem a leitura por aqui. Aos demais, aos loucos o suficiente para ignorar a advertência, segue desde já um sincero pedido de desculpa.

Meu ponto de partida é a atitude oposta de dois grandes filósofos gregos, Heráclito e Demócrito, diante da miséria humana. Heráclito chorava, Demócrito ria. No correr dos dias nós vemos uma série infinita de absurdos e de patifarias. Alguém a quem você fez bem retribui com ódio. A inveja parece onipresente. A mesquinharia, também. Você tropeça e percebe a alegria maldisfarçada dos inimigos e até de amigos. (Palavras do frasista francês Rochefoucauld: sempre encontramos uma razão de alegria na desgraça de nossos inimigos.) As pessoas que têm poder são quase sempre sensíveis à adulação. A frivolidade triunfa. A hipocrisia é dominante. As decepções se acumulam. Até seu cachorro se mostrou bem menos confiável do que você imaginava. Se não bastasse tudo, sua sogra não sai de sua casa.

Em suma, a vida como ela é. Você pode chorar. E dedicar o resto de seus dias a movimentos que alternam gemidos de auto-piedade e consumo de antidepressivos de última geração. Ou então você pode rir.

A alternativa dois é a melhor.

A oposição entre Heráclito e Demócrito foi objeto de estudo de dois filósofos distantes séculos um do outro: Sêneca e Montaigne. Cada um a seu estilo, ambos optaram por Demócrito e sugeriram o mesmo a quem acaso os lesse. Uma só situação provoca riso ou choro de acordo com a disposição de espirito de quem a enfrenta. Mesmo Schopenhauer, o grande filósofo do pessimismo, o gênio soturno que disse que a pior coisa do mundo é nascer, reconhece sabedoria na jovialidade. “Acima de tudo, o que nos torna mais imediatamente felizes é a jovialidade do ânimo, pois essa boa qualidade recompensa a si mesma de modo instantâneo” escreveu ele. “Quem é alegre tem sempre razão para ser alegre. E a razão é exatamente esta, a de ser alegre. Nada pode substituir tão perfeitamente qualquer outro bem quanto essa qualidade, enquanto ela mesma não é substituível por nada.”

Bem que avisei que eu ia parecer uma fábrica de citações. Ainda é tempo de sair desse ônibus que estou conduzindo.

Um passo essencial para a “jovialidade” é dar menos importância à opinião dos outros sobre nós. Somos escravos da opinião alheia. E isso nos faz inimigos de nós mesmos. Um dia seu chefe está feliz e o cumprimenta no elevador. Você ganha o dia. Mas se alguma coisa aborreceu seu chefe e ele parece não enxergá-lo quando vocês se cruzam, isso talvez seja o suficiente para estragar sua semana. Mais relevante do que os outros pensam sobre nós é o que nós pensamos sobre nós mesmos. Não adiante o mundo inteiro reverenciá-lo se ao olhar para o espelho você não respeita o que vê. Os sábios recomendam unanimemente a busca da indiferença perante a opinião dos outros. Schopenhauer cita como exemplo o líder romano Mário. Um chefe bárbaro mandou desafiar Mário para um duelo. Sem ligar para o que os outros achariam de sua resposta, e muito menos para o que o próprio bárbaro pensaria, Mário mandou o seguinte recado: “Se você está entediado com a vida, que se enforque”.

Nas relações amorosas, o riso é mais potente que dinheiro e beleza. Não sonhamos ter a mulher mais gostosa do mundo. Tudo que queremos é alguém que nos faça rir.

Lembranças apagadas

26/07/2007

Entro no blog da Julia Duarte e vejo um texto que me chama a atenção. Parece que inventaram uma “Pílula do Esquecimento”. Ela apagaria as memórias tristes. Um fim de caso é sempre triste, e se as farmácias vendessem essas pílulas muitos corações partidos as comprariam. Mas será que valeria a pena?

Você compraria?

Me pergunto se eu compraria, e então me lembro de O Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças. Um dos maiores filmes que vi. Vou revê-lo ainda hoje. Uma ruptura leva um coração partido a pensar em eliminar de sua mente a mulher que ele tanto amara , e que tanto sofrimento lhe causara. Havia um método cientificamente comprovado para fazer isso. Mas ao apagar as lembranças doídas as boas também teriam que se ir. E então? Não, não, não. No final ele opta pela manutenção das lembranças, em nome dos momentos sublimes que os dois tinham vivido. O amor triunfa sobre o ódio.

Quanto a mim. Eu também não compraria a “Pílula do Esquecimento”, não ao preço de obliterar memórias como a daquele baile de clube em que a conheci, ou da noite de amor imprevisto num hospital à véspera de uma cirurgia da qual talvez não voltasse vivo, ou da visão da tez rosada de menina realizada.

Prefiro, ainda que com dor, o brilho eterno de uma mente com lembranças.

E você, o que prefere?

Liberdade versus estabilidade

26/07/2007

Aqui estou eu, diante de Olga, a pequena e competente astróloga. Ela fez meu mapa astral.
Fico impressionado com a descrição psicológica que Olga faz de mim. Me vejo por completo nela. Nem meu analista me conhece tanto. Taurino, mas com forte influência de Vênus. Isso quer dizer o seguinte, ela me explica: taurino, chão, clama por estabilidade emocional. Vênus representa fogo: anseio por liberdade. “Do ponto de vista emocional, você a vida inteira esteve dividido entre a liberdade e a estabilidade.”

Me ocorre agora que não é à toa que minha vida sentimental seja tão atrapalhada. Como conciliar duas coisas tão distintas? Metade de mim estará feliz numa situação, e metade infeliz?

Os astros conspiraram contra minha felicidade plena? Para essa pergunta Olga não parece ter resposta.

Nem sempre vai ser assim

25/07/2007

Tristeza. Sentimento de culpa. Tudo que poderia ter sido e que não foi. A grande dor das coisas que passaram, como escreveu Camões. Rubem Braga dizia que esse verso de Camões era a coisa mais linda que ele lera. Me vejo como num vídeo-teipe. Coisas que fiz, e que não deveria ter feito. Coisas que não fiz, e que deveria ter feito. Adianta olhar para o passado? O zen budismo diz que é inútil olhar para o passado, porque ficou lá para trás e nada vai muda-lo. Mas o que pode o zen diante de uma mente culpada? Se a vida fosse um vídeo-teipe passível de alterações, tudo seria mais fácil. Mas ela é vivida ao vivo. Tomamos as decisões e, por mais que façamos cálculos e planos, só mais adiante vamos saber efetivamente as conseqüências.

Então me ocorre uma fábula oriental. Um rei procura um sábio e pede que ele lhe escreva alguma coisa para ler num momento de aflição. O sábio escreve e o rei guarda o papelzinho. O reino é atacado, o rei perde tudo, e então lê o que o sábio escrevera. “”. Mais tarde, o rei recupera o reino perdido. Encontra o sábio e este lhe diz que agora, num momento de júbilo, deve ler de novo a mensagem. . Sêneca, meu filósofo favorito, escreveu que a vida é um eterno vai-e-vém de elevações e quedas. A diferença toda está em como nos portamos nas quedas. Digo a mim mesmo: pense nisso, Fabio. Pense nisso.

Entre dois amores

24/07/2007

E aqui, ainda na minha Cuba natal, em meio a noitadas calientes, prestes a voltar ao Brasil, ouço uma canção que fala de um homem que amava duas mulheres com toda “sinceridad”. Aquela frase como que se cola em mim: dá para amar duas pessoas ao mesmo tempo?

As duas dores

24/07/2007

O que é maior num amor que se encerra? A dor do fim ou, mais tarde, o fim da dor? Proust falou sublimemente sobre o fim da dor. O fim da dor nos faz duvidar de que tenhamos realmente amado. Por isso machuca tanto. Nelson Rodrigues disse que o amor só é amor se for eterno. Mas era mais um jogo de palavras do que realidade. Como tudo, há um tempo para o amor florescer e há um tempo para ele acabar. O budismo tem a palavra certa: impermanência.

Fotos

24/07/2007

Olho para nossas fotos. Como nós, elas estarão separadas. Um sábio romano dos relacionamentos, Ovídio, dizia que numa separação você tem que evitar tudo que lembre a pessoa. Cartas? Queime. ? Despedace-as. Lembranças? Fixe-se apenas nas ruins. Mas não sigo mais sábios romanos desde que fiz isso, uma vez, e depois me arrependi. Reli muitas cartas. As fotos revi todas. Uma surpresa ao vê-las: estamos sorrindo muito mais do que eu imaginava. Fomos felizes. Duas fotos especialmente lindas de noiva. Tenho vontade de roubar ambas. Mas fico com apenas uma.

As coisas que escrevi. Me pergunto se um dia serão lidas, e por quê. Pode ser que o destino das cartas de amor seja se transformarem em folhas na relva, lançadas ao acaso no solo e depois incorporadas, como pó, à imensidão cósmica. Há uma beleza paradoxal – criação e destruição – em cartas que viram folhas na relva.

Aviso de férias

18/07/2007


Para quem notou que a freqüência dos meus textos diminuiu, uma explicação. Estou de férias em Cuba. Merecidas férias. Se eu encontrar um computador, eu mando notícias.

Volto em breve.

Aviso de férias

18/07/2007


Para quem notou que a freqüência dos meus textos diminuiu, uma explicação. Estou de férias em Cuba. Merecidas férias. Se eu encontrar um computador, eu mando notícias.

Volto em breve.

Obrigado, adeus

16/07/2007

E então pensei no final adequado de uma história de amor: gratidão ou maldição eterna? Amor ou ódio?
Aqui mesmo, diante desta tela, me ocorrem cenas de nosso amor de ontem.
E então eu sei, Deus, como eu sei, que a resposta àquela questão, para nós dois, é obrigado.
Gratidão eterna, em vez de maldição.
Serei feliz em sua felicidade. Escrevi uma vez e escrevo agora outra.
Sei que você também será feliz em minha felicidade.
De você lembrarei das pequenas e das grandes coisas.
Das cartinhas deixadas sob meu travesseiro: a letra ligeiramente inclinada para trás, a bola sobre a letra i. “As pessoas nascem para fazer certas coisas”, estava escrito numa delas que reli agora em nossa despedida. “Eu nasci pra te amar.” Éramos reis naqueles dias, não éramos?.
Do cheiro forte, perfume de fêmea, tão bom de aspirar pela manhã, antes que sabonetes e perfumes tornassem tudo artificial. Uma de minhas batalhas perdidas foi tentar convencer você a não usar perfume.
Das roupas tão desafiadoramente fora do padrão. Poderiam ficar esquisitas em outra mulher, mas em você eram a perfeita embalagem para uma alma também fora do padrão.
Das enxaquecas, suportadas estoicamente, sem o recurso a outras armas que não aquelas bolinhas brancas da homeopatia.
Dos sorrisos cúmplices para a câmara que eu empunhava. Gostaria, se você não se importar, de ficar com as fotos feitas apenas para o fotógrafo.
Da coragem admirável escondida num corpo miúdo, e não demonstrada em gritos ou mesmo em voz alta.
Da graça natural com que se move na dança ou nos asanas da ioga.
De certas coisas esquecerei, afinal tão pequenas diante do conjunto da nossa vida, e sei que você fará o mesmo em relação a mim.
Esquecer, ainda mais que lembrar, pode ser o maior tributo a um grande amor que se encerra.

Obrigado ou maldição eterna?

16/07/2007

?

Mais uma história de amor que se encerra, então. Meu impulso é dizer a ela, pela ordem: obrigado e desculpa. Obrigado por tanto amor, tanto apoio, por tanto tempo. Obrigado por tantas coisas incríveis que me ensinou ou me fez descobrir, da ioga à dança, de Shiva a Patanjali. Obrigado pelo sexo natural como o zen, tão simples e eficiente: a arte de apertar os botões certos, como disse o autor de um livro que ela me deu para ler.. Obrigado pela paciência: não é fácil agüentar um escritor barato e explosivo. E desculpa por não ter dado tanto quanto recebi. Reconheço a dívida no momento de despedida. Não é pequena, e já não há como pagá-la. Se ela estiver certa, e houver outras encarnações, quem sabe pago mais adiante. Desculpa pelo desleixo de quem está sonhando com o mundo e se esquece de manter firme na sua a mão da menina que viu em você um dia um príncipe. Esquisito, é verdade, mas um príncipe.
Obrigado e desculpa: estas seriam as palavras finais.
E então me ocorre que numa outra história de amor que vivi o final foi uma maldição eterna. O título do texto era exatamente este: Maldição Eterna, e acho que não está neste blog. Mas é fácil encontra-lo na internet. O que escrevi ali é que o amor só é amor se se encerra com maldição eterna. Fui amaldiçoado pelas coisas que não fiz daquela vez, e aceitei serenamente a maldição.
Estava errado antes? Ou agora? Mudei? Virei filósofo, ou me tornei um ingênuo?O amor que é amor termina com um agradecimento pelas coisas mágicas compartilhadas? Ou numa maldição eterna? Quem pode mais num final de caso: o amor ou o ódio?

Serei feliz em sua felicidade

05/07/2007

Mais um livro. Mais um livro que me marcou na juventude. Engraçado. Os livros que realmente entram em nós como cicatrizes são os juventude. Anos de formação da alma, anos em que nos tornamos o que somos e seremos até o último passo nesta terra ao mesmo tempo tão fascinante e tão cruel. Estou falando de Por Quem os Sinos Dobram, de Hemingway. E lá vou eu para mais uma de minhas digressões. Há um filme lindo baseado no romance de Hemingway, e a mulher que faz o papel principal é Ingrid Bergman, a maior beleza angélica da história do cinema. Uma vez escrevi, num momento de arrogância iconoclasta, que quem tem energia intelectual lê o livro, e os preguiçosos mentais vêem os filmes baseados no livro. Provocação boba, reconheço. Tanto o romance como filme Por Quem os Sinos Dobram são sublimes, cada qual do seu jeito.

Mas o que eu queria é falar de uma cena do livro. Robert Jordan, o protagonista, é um americano que vai combater voluntariamente e romanticamente, nos anos 30, na guerra civil espanhola. Havia o lado dos idealistas, e contra eles estavam as forças do mal, ou assim pareciam, gente ligada às idéias e práticas fascistas. Jordan, portanto, era um mocinho. Me permita dizer mais uma vez: Robert Jordan é uma das figuras literárias que mais amei, e mais invejei. Quis ser ele, ou como ele, a vida toda.

Jordan, na Espanha, recebe uma missão vital: dinamitar uma ponte. Na preparação da tarefa conhece uma moça espanhola simples, ingênua, jovem, Maria, que tinha um papel secundário no grupo que explodiria a ponte. O idealista cosmopolita e a nativa sonhadora se apaixonam. Uma velha cigana, que era uma espécie de protetora de Maria, diz a ela uma hora uma coisa que jamais esqueci, e sobre a qual escrevi aqui mesmo no blogue. Maria parecia querer entender o que estava sentindo. A terra treme a nossos pés apenas três vezes na vida, disse a cigana a Maria. Três. Não mais que isso. Robert Jordan estava fazendo a terra tremer pela primeira vez a Maria. Num mundo em que os amores parecem múltiplos e descartáveis, me comoverá para sempre a reflexão da cigana. Por mais parceiros que tenhamos, por mais gemidos que ouçamos ou emitamos de diferentes pessoas, apenas três vezes a terra tremerá a nossos pés.

Mas eu queria falar de Jordan e o seu gesto que sempre sonhei, de alguma forma, repetir. O ataque à ponte não dá certo. Os inimigos começam a perseguir Jordan e seus companheiros, e vão se aproximando. Jordan está ferido, e não consegue se movimentar com a rapidez necessária para escapar. Então ele toma uma decisão. Vai esperar os perseguidores, e sozinho os encarará. Seu destino está selado, mas ele sabe que dará aos demais um tempo precioso para escapar. Maria se revolta, diz que jamais aceitará este sacrifício, enquanto os demais a pressionam a seguir adiante. Já dá para ouvir os tiros. É Jordan quem a convence a partir. Diz ele, num dos pontos mais altos da prosa gigantesca de Ernest Hemingway: “Viverei em você, serei feliz em sua felicidade”.

Eu mesmo. Na hora da despedida, tenho agora a chance de repetir as palavras de Jordan, e me sinto um privilegiado por isso. Vai, anda, minha pequena bailarina de pezinhos mágicos e deslizantes. Dança a dança da felicidade. Vai ser feliz.

Serei feliz em sua felicidade.