De Krakaeur, o escritor alpinista, já tinha ouvido falar. Li, dele, ‘No Ar Rarefeito’.
De ‘Alexander Supertramp’ e do filme ‘Into The Wild’, baseado num livro de Krakauer, não.
Soube da história do livro aqui, no blog, quando foi feita uma conexão brilhante entre o tema do último texto e este filme. Travou-se um debate posterior em que o filme foi, majoritariamente, tratado como chato. Sou grato pela aparição de ‘Into the Wild’ no debate.
Não consegui ver o filme todo ainda; vou comprar o dvd assim que puder; mas me interessei pela história e viajei pela internet para saber mais. Vi vários trechos do filme no YouTube, li o longo artigo de Krakauer na revista ‘Outside’ que foi a base do livro que ele faria posteriormente, ouvi algumas músicas da trilha sonora, bonita e melancólica.
Fiquei, claro, tocado com a história de ‘Alex’, o jovem americano que vai em busca de seu sonho de pureza e liberdade e deixa para trás tudo que nós, convencionalmente, achamos importante.
A começar pelo dinheiro, pelas posses.
A suprema liberdade, para ele, consistia em nada ter, ou o mínimo possível. Ele se inspirou em homens que buscaram isso, o ascetismo como uma forma de libertação, como Tolstói e Thoreau. É de Thoreau a frase do título deste artigo, e ‘Alex’ a tinha por perto. Sua jornada em busca da liberdade, que acaba por levá-lo à morte no Alasca, provoca sentimentos variados em quem toma contacto com ela.
Mas, principalmente, faz pensar.
Faz pensar na nossa própria jornada. O que queremos, com o que sonhamos, o que nos aborrece ou nos eleva. Quem somos, enfim. Nossos princípios, nossos valores. É uma história que nos estimula a parar e pensar calmamente sobre nós mesmos e nossa busca obsessiva pelos três pontos citados por Thoreau: amor, dinheiro e fama. ‘Alex’, na verdade Chris McCandles, morto aos 24, pode ser um espelho para cada um de nós.
Outro dia citei o caso de um executivo que disse, com orgulho, a meu primo Juan, seu subordinado, que não fora ao enterro do avô. Ele estava se gabando, mostrando o quanto é dedicado ao trabalho. É o vendido típico, o ignorante dentro do qual grassa um incêndio sem que ele consiga perceber. Há muita gente no mundo como esse neto abjeto.
E bem poucos caras como ‘Alex’.
Ninguém precisa queimar dinheiro como ele fez e se embrenhar no Alasca com escasso material, e portanto com alto risco de vida, para realizar o sonho de pureza e libertação integrais.
Podemos ficar no conforto da civilização, claro. Estudar firme, trabalhar com afinco, comemorar as promoções e aceitar as frustrações profissionais, namorar, viajar — tudo isso, no entanto, sem deixar de ir ao enterro do avô. E eis aí uma mensagem ao mesmo tempo concreta e simbólica.
A vida é muito mais do que aquelas coisas às quais damos tanto valor — e que o jovem sonhador americano entendeu que não cabiam na mochila majestosamente modesta preparada para a viagem dos seus sonhos.
22/02/2010 às 17:16 |
Quando vi o filme no cinema, ao lado da minha namorada, saí calado da sala. Fiquei calado no carro. Cheguei calado em casa. Ela não gostou, e me disse de imediato. No entanto, eu, gostei!
Fiz a mesma pesquisa que o Fabio fez na Net. Descobri o livro; comprei-o.
Há fatos que o livro não descreve, bem como há fatos que o filme não mostra. Livro e filme foram, neste caso, complementares.
No começo a ideia pareceu-me meio absurda. Depois, nem tanto. Pensei, pensei… durante dias e dias… e acabei concluindo que esse foi o filme que mudou minha vida. Depois dele, muitos caminhos que eu estava seguindo foram desviados; desviados para melhores caminhos!
Novos objetivos foram traçados, e nem mesmo estaria escrevendo aqui, hoje, se não tivesse assistido Na Natureza Selvagem 🙂
Seja o filme bom ou ruim, não importa. O que importa é se ele fará ou não com que vocês tenham uma nova visão de tudo que lhes rodeiam. Tudo. E se caso “não” faça diferença alguma, sem problemas… a vida é longa.
Abs, Robson.
22/02/2010 às 17:39 |
Isso seria fantástico. Depois de uma discussão em grupo sobre solidão, todos se recolherem nos seus mundos para verem o filme e surtarem, a lá gueixa.
E ae a gente se encontra de novo, só para mostrar como é bom ficar sozinho…em grupo!
22/02/2010 às 18:15 |
lol
Só não precisa surtar… basta absorver as mensagens positivas, cada um ao seu modo, ao seu mundo, da forma que lhe melhor convém.
Lembro vagamente de uma frase de Nietzsche, sobre a absorção do conteúdo dos livros (o que vale também para filmes, por quê não?), em que ele explica que cada indivíduo, de acordo com suas idiossincrasias, assimila ou o lado positivo, ou o lado negativo daquilo que leu.
Vou achar… achei:
“Os leitores extraem dos livros, consoante o seu carácter, a exemplo da abelha ou da aranha que, do suco das flores retiram, uma o mel, a outra o seu veneno”.
23/02/2010 às 12:53
Grande frase do Nietzche!
24/02/2010 às 04:07
Ah Robson, me deixe surtar…É bom!
Depois a gente va iao O’Malleys, como sugeriu a Nicky, e toma Guiness rsrsrsr.
Aliás, bem que poderíamos marcar lá um dia …Fabio, o que vc acha?
24/02/2010 às 12:39
Quanto a mim, fechado!
Basta marcar 😉
24/02/2010 às 14:15
Aí, meninas, voltou o assunto aqui no blog.
; )
24/02/2010 às 14:20
Tecnicamente estou sempre disponível.
24/02/2010 às 14:26
Mas nossos planos já avançaram uns bons passos, Anarcótico. Agora só falta vc estar disponível tb para tomar conhecimento deles.
24/02/2010 às 14:31
De domingo até hj eu era uma casca de ser humano com horas insuficientes de sono… de hj pra amanhã a gente conversa.
Juro.
22/02/2010 às 18:09 |
Meu histórico… rs
Quando esse filme me chegou aos ouvidos, fiquei interessada de cara na história do rapaz que abandonava o conforto e ia em busca da felicidade solitária. Atiçou minha curiosidade e certo idealismo latente. Mas n sei por que cargas d’água a ideia de assistir ficou no limbo estagnada.
Num belo dia, visitando o blog de nosso colega Robson, leio um post sobre ele. Aquele velho desejo voltou com tudo, inclusive a dúvida: pq afinal não assisti ainda? Corri na locadora e soube que estava alugado. Voltei lá no final da tarde para ver se tinha sido devolvido e fiz uma apurada vistoria nos títulos que estavam esperando para voltar às prateleiras. Lá estava ele. Fui premiada. Eram os ventos a meu favor.
Pus o filme. Tédio. Falta de paciência. Muito tédio. Pula parte. Play. Pula parte. Play. Pula pro final. Fim.
Acabou-se minha odisseia particular.
Mas como disse o Robson, o que importa é que ele nos permita esses questionamentos. E por mais que a autorreflexão nos traga muitas respostas, ainda acredito que com trocas como estas abrimos os olhos para aspectos que talvez não alcançássemos sem o olhar de outra pessoa.
22/02/2010 às 18:37 |
Uau!
Que périplo 🙂
Algo parecido aconteceu comigo ao assistir o filme “2012”.
Todos falavam do filme, um fuzuê danado… Resultado:
Me arrependo amargamente pelas duas horas desperdiçadas!
Adorei sua última frase, Karina! Até anotei no meu arquivo de citações 😉 Pode ser que eu a empregue em algum texto, se não se importar… Faço a devida referência a “Karina”, somente?
22/02/2010 às 19:37 |
Temos um quê de ‘lobo solitário’ que talvez vocês, garotas, por uma característica evolucionária qualquer, não tenham. Daí não entender o isolamento e achá-lo tedioso. Meio que como o impedimento, no futebol. Há uma espécie de dificuldade natural ou coisa que o valha.
22/02/2010 às 20:29
Bleh! 😛
A regra do impedimento é fácil!
Sobre achar o filme chato, não é pelo isolamento…
É pelo filme mesmo!
Desde a fotografia (que já no trailer eu não gostei) até a trilha sonora meio deprê…
Talvez a gente esteja feliz demais pra absorver tanta filosofia-existencialista-questionadora.
Sei lá!
Sou mais a ideia da Nina de ir pro O’Malley’s tomar cerveja com as amigas do que me isolar pra assistir um filme de um cara que se isola pra entender melhor o mundo (?).
Mas.
Eu amei a discussão no outro post.
A gente sempre aprende algo na troca 🙂
(Karina e RMG estavam falando de troca, right?)
Não sei se já ouviram falar de Vygotsky, é o meu melhor amigo! (Leia-se: o teórico do meu TCC).
Ele fala de educação.
O principal conceito dele é a troca. A gente só aprende alguma coisa quando troca experiências com outras pessoas, seja com o intermédio de um professor, de um livro (que foi escrito por alguém!), um filme etc…
A gente precisa da nossa individualidade pra poder ter o que trocar com os outros…
Mas até mesmo a individualidade é construída com a troca de experiências com os pais, os amiguinhos, os bichinhos de estimação…
(Tá, morreu o assunto. Parei!)
22/02/2010 às 20:42
E com os objetos……… Vigotski sem Piaget fica frágil, e vice e versa.
Eu sou muito a favor da boa cerveja em um pub com amigos, mas também do livro sozinha, à tarde, na varanda. Ou do bom filme que consegue balançar seus paradigmas, suas regras internas.
Experienciar a diversidade é importante, saborear a solidão e a camaradagem também.
Mulheres também tem seu lado “lobo solitário”, embora muitas não sabem o que fazer com isso.
22/02/2010 às 21:39
Sem querer, chegamos ao ponto que evitei pq pode abrir outra polêmica.
Até onde as grandes epifanias nos valem, num mundo de apenas eus?
Tentando explicar melhor…
O rapaz do filme estava insatisfeito com o mundo a seu redor e escolheu o isolamento como forma de se conhecer e descobrir. Minha interrogação estava gigantesca pq eu achei que ele de fato tivesse optado por morrer. Já soube por meio do Robson que estava enganada, ele n tinha essa intenção, mas aconteceu. Se ele tivesse voltado à “civilização”, teria como exercitar suas descobertas, seu novo mundo interior. Em sociedade, isso faz sentido.
Agora eu pergunto: qual a função do autoconhecimento se vc n se utilizar dele na interação com as pessoas? Viver isolado n é o mesmo que se matar para os outros e de certa forma para si mesmo? Não é o mesmo que n viver? Pq o sentido maior da vida, a meu ver, está na interação. Se no final das contas todos vamos mesmo morrer, que sentido faria eu buscar minha verdade num universo em que só eu existisse para mim?
Por isso acredito tanto nas trocas, no que oferecemos e no que nos permitimos receber. É verdade que isso tb não exclui a morte, óbvio. Mas uma vida de trocas dá sentido ao grande mistério que é a existência. Uma vida autossuficiente dá sentido a quê?
22/02/2010 às 22:53
É exatamente essa a mensagem da história, Ka 🙂
22/02/2010 às 23:03
Ka, tem um detalhe interessante e levemente mitológico nessa história:
Buda alcançou o Nirvana e voltou para contar, porque a iluminação real só é apreciada quando compartilhada.
23/02/2010 às 19:46
hm, meia verdade essa incompreensão feminina da solidão. Alguma socióloga (que claro não saberei o nome) fala das três solidões femininas. A única verdade disso é que a solidão na mulher é algo bem mais doloroso, mas ao qual ela esteve historicamente subjugada.
Acho que, pelas minha antepassadas Penélopes sozinhas em casa em tempos de guerra, tenho essa necessidade tão grande de falar…
mas aqui prefiro ficar só lendo, afinal ainda me falta todo o repertório…PS: nunca tinha ouvido falar do filme 😛
23/02/2010 às 12:59 |
Pedaços de um filme podem fazer mta diferença.
Uma vez, em Ribeirão Preto, garoto ainda, dormi boa parte de Qdo Explode a Vingança, do Sérgio Leone.
Era a sessão noturna.
Mas o que vi foi suficiente para me transformar.
Recomendo o filme, tb conhecido como Duck You Sucker.
22/02/2010 às 19:11 |
Não é assim que vc me conhece, Robson? : )
Um prazer, desde já.
22/02/2010 às 20:06 |
Encantado, Karina.
O prazer é todo meu! Você é muito simpática ^.^
22/02/2010 às 19:48 |
=)
Aqui o Eddie Vedder, mesmo da trilha sonora, entoando um Lennon. Just gimme some truth!
23/02/2010 às 13:01 |
Não conhecia esse cover.
Gosto muito do original dessa música, um clássico do protesto.
22/02/2010 às 22:50 |
Não vi o filme, mas ele tem uma mensagem muito bonita: Cuidado com o que você come.
22/02/2010 às 22:54 |
lol
23/02/2010 às 13:02 |
Hahaha
23/02/2010 às 02:38 |
Karina, seus comentários são o ponto alto dos debates deste blog. Acompanho com frequência, embora tenha sido este o meu primeiro comentário.
Gosto deste filme. Fui “obrigada” a assistir porque sempre viajo sozinha, para pensar, e volto sempre para partilhar as bobagens em que penso. Daí o filme ser “a minha cara”. Que bom que tenho tido a oportunidade de voltar. Quase sempre presto atenção ao que como.
A leitura que faço do filme é de como é necessário sair da zona de conforto para notar certas situações que passam despercebidas no nosso cotidiano e a grande importânia de partilhar as nossas experiências.
Está longe de ser um filme genial, mas sem dúvida é um filme que nos faz pensar um pouco mais de duas quadras da saída do cinema.
23/02/2010 às 13:03 |
Que estréia, Jana!
23/02/2010 às 14:40 |
Ain… que bom, Jana : ) Eu ia agradecer, mas n sei se isso é coisa que se agradeça.
Tb passei um longo tempo só acompanhando de fora, mas, bem, não querendo ser repetitiva e já sendo… essa troca(!) é mais interessante, se consideramos que aqui há pessoas dispostas a isso.
Sobre esse tema especificamente, ontem fui dormir pensando no quanto meu discurso corresponde à realidade. Eu sei que deveria me abrir muito mais às pessoas, tanto na parte de me doar quanto de receber. Sou seletiva, só consigo ser assim com aqueles com quem acabo me identificando. Acho que é natural, mas devo estar perdendo muita coisa sendo assim. Ou não.
Enfim, só falei isso pq quero dizer que expor os próprios pensamentos pode ser um desafio para nós. A primeira vez que li isso dito assim foram palavras do Anarco, outro participanete que vc deve conhecer daqui rs E é verdade.
24/02/2010 às 14:48
É mesmo um desafio. Para algumas pessoas talvez seja confortável, para mim não é, e acho isso bom! Conheço o Anarco, ele não passaria despercebido, seus comentários são acertivos e de ótimo humor.
24/02/2010 às 14:55
: )
23/02/2010 às 09:21 |
Eu juro q vou me acostumar com “autorreflexao” e “autossuficiente” sem hífen… o que nao dá pra engolir é o “risco de morte” da mídia…putz! ainda bem q o Fábio é das antigas… opa, o tema é outro, foi mal… valeu 🙂
23/02/2010 às 14:43 |
kkkkkkkkkkkkkk
pior do que a reforma ortográfica é ter que ler toda vez que alguém usa a nova ortografia alguma observação do tipo: “é a nova ortografia, gente!” rsrsrs
Então, Petite, eu faço minha cara de árvore e sigo em frente como se escrevesse assim desde criancinha.
23/02/2010 às 15:23 |
Uma bela reflexão pela e para a vida. Essa coisa de falar daquilo que damos valor realmente é algo que jamais deveria sair das nossas autoreflexões. Quanto ao filme, fiquei curioso e prometo que vou assistir.
Hug for you, FH!
23/02/2010 às 23:34 |
É o pensamento que todos devemos ter.
“A vida é muito mais do que aquelas coisas às quais damos tanto valor — e que o jovem sonhador americano entendeu que não cabiam na mochila majestosamente modesta preparada para a viagem dos seus sonhos.”
Aproveitar e viver de modo que não nos arrependamos depois. Isso sim é o que fará a vida valer a pena.
ótimo post!
24/02/2010 às 00:31 |
Caro Fabio,
criei meu próprio blog no Worpress.com
Acredito que assim fica mais fácil segui-lo e tb mostrar um pouco da minha cara… Espero que visite-me
O endereço é: ABUSCADEMIMMESMO.WORDPRESS.COM
Lá terá textos velhos e novos, pois vou migrar aos poucos, afim de ir me adaptando em minha nova casa. Não se espante se este meu humilde espaço não for tão convidativo, mas, prometo que estou tentando melhorá-lo.
Hug
Pê Sousa
25/02/2010 às 15:15 |
Oi, Pê
Puxa, fiquei comovido com suas palavras. Vou sim visitar seu site e opinar. Abraço afetuoso
24/02/2010 às 14:07 |
Buda: “Ter é o problema. Quanto mais você tem, menos você é, pois quanto mais você tem, menos você pode reconhecer a si mesmo.”
24/02/2010 às 18:53 |
Fantástico, Rafa.
24/02/2010 às 14:36 |
Fala pessoal.
Esse filme é mesmo fantástico.
Em 2008 fiz um post sobre ele no meu blog.
http://sobre-vivendo.blogspot.com/2008/07/into-wild.html
Abração,
24/02/2010 às 14:52 |
Que bacana, Daniel! Para quem não viu, dá uma boa ideia do que seja o filme. E para quem, como eu, viu um filme truncado… idem rs
Mas da frase final me lembro bem…
“Se eu tivesse sorrido e corrido para seus braços? Vocês então veriam o que eu vejo agora?”
Acho que ainda vou ver esse filme de novo. Com um outro espírito, qd estiver disposta.
25/02/2010 às 15:14 |
Parabéns pelo post, Daniel.
06/07/2010 às 17:52
Caro, Fábio!
So vi HOJE sua resposta.
Você é um escritor que sempre serve de inspiração para mim.
Dá uma passada no meu blog, fiz um post esses dias com citações suas!
E cara … Obrigado por dizer “parabéns” … vindo de você, posso dizer que já sou um escritor mais do que barato e fajuto … porém feliz!
Grande abraço,
Daniel Chicote
24/02/2010 às 17:22 |
Boa tarde. Não sei bem como cheguei aqui, mas este é um filme ou uma história que eu odiei e amei em simultâneo.
Creio estarmos de acordo neste ponto «Ninguém precisa queimar dinheiro como ele fez e se embrenhar no Alasca com escasso material, e portanto com alto risco de vida, para realizar o sonho de pureza e libertação integrais.», se bem que eu tenho uma visão mais extremista sobre a atitude deste homem que procurava a liberdade na natureza. Cito
«Lamento, mas eu não o consigo ver como um modelo ou inspiração a seguir. Nem aceito que argumentem que a sua atitude Franciscana possa ter mais valor, p.e., do que alguém que lutou uma vida para ter posses e bens materiais que lhe permitam gozar a vida de uma forma diferente. Num idealismo ingénuo e sem qualquer tipo de preparação para desafiar a Mãe Natureza, ele deu cabo do bem mais precioso que tinha à face da Terra, a sua vida.
Christopher McCandless nasceu em 1968, uns meses antes mim. Tentou viver melhor, com simplicidade, e tirando partido das pequenas coisas da vida. Terá ele vivido mais em dois anos do que eu durante toda a minha vida? Talvez.
Só que eu ainda cá estou, e ele não.»
Alexander SUPERTRAMP (“O Lado Selvagem”)
Cumprimentos
24/02/2010 às 18:49 |
A verdade, é que dinheiro e bens materiais não trazem felicidade. Falta deles também não.
O Ato de doar tudo o que se tem (à la São Francisco) é lindo como exemplo, mas não é condição sine qua non para o autoconhecimento.
25/02/2010 às 00:05 |
Li seu texto, bluewater68.
Minha opinião, correndo o risco de cair em generalizações, é de que há aqueles que idolatram e aqueles que realizam. Os que idolatram vivem de render homenagem a seus deuses mas dificilmente saem disso. Os que realizam, vivem, sem esperar loas ou troféus.
Como já disse antes, e então concordo absolutamente com vc, os caminhos que seguimos não são mais ou menos meritórios. São só escolhas.
25/02/2010 às 15:12 |
Bluewater, acho vc muito duro em relação ao Alex. É mto mais inspirador buscar o sonho de pureza do que correr atrás de dinheiro, que é o que todos nós fazemos.
O tamanho da vida não se mede em quantidade, mas em como a gente vive o tempo que for.
Recorrendo ao beabá filosófico, eu poderia dizer que o garoto se livrou de todas as angústias, dores, perdas etc. Portanto, não há vantagem em vc estar vivo e ele não.
25/02/2010 às 04:56 |
Pra mim foi um dos mais chatos filmes dos anos 2K que só valeu pela trilha sonora (Eddie Vadder, Pearl Jam).
Filme que mudou minha vida foi ALTA FIDELIDADE aquilo sim é filme! “TOP5 de músicas e mulheres que destruíram minha vida”… Jack Black cantando Marvin Gaye e Stevie Wonder fechando! O melhor filme de 2000! Pow Fábio porque não coloca esse filme em pauta pra discussão!?
25/02/2010 às 15:07 |
Vou pôr, Heleno. Aguarde. Tks, abraço
25/02/2010 às 18:04
Assisti ao filme numa viagem, com um olho aberto e outro fechando de sono. Mas concordo plenamente com Heleno no que diz respeito à trilha sonora. Eddie Vedder canta maravilhosamente bem. Música garantida no meu mp3.
25/02/2010 às 14:17 |
Parabens pela postagem, continue escrevendo sobre temas interessantes como esse.
26/02/2010 às 18:49 |
Parabens pela postagem otimas dicas.
10/01/2011 às 00:07 |
Vi o filme, comprei o livro, mudei minha vida.
Até a trilha sonora mexeu comigo, de uma forma avassaladora e irreparável . Chris, ou Alex, era um extremista, um determinado, compulsivo ; não posso julgá-lo, mas o tenho como esteriótipo de liberdade suprema. Não sei se consigo me abster tanto dos bens materiais e dos prazeres banais assim como Alex , mas entendo o que ele pretendia.
Só acho que toda inflexibilidade leva a fraude e que eu aprendi muito mais duranta a própria jornada dele do que no seu destino .
Tudo foi uma epifania, a maior da minha vida.
PS: Acho desnecessário a leitura do livro, o filme já traduz tudo e mais um pouco.
01/04/2013 às 12:14 |
Hipocritas.
01/04/2013 às 12:20 |
E