“Sou a esposa do professor com quem você está tendo um caso há mais de um ano”


Mais uma história de dor, paixão, entrega completa chega à minha caixa de correspondência. Uma universitária com claros pendores literários desabafa comigo como se estivesse diante de um velho amigo. Fico quase comovido. Um leitor ter tamanha confiança em você a ponto de abrir seu coração por completo é uma recompensa improvável para um escritor barato. Para não perder a onda, vou chamá-la de Senhorita Z.  Basicamente, ela se apaixonou por um professor a quem chama num momento, poeticamente, de Adão e depois, espirituosamente, de Pecadinho.

A si própria, ela chama de Giselle. A Senhorita Z relutou e tentou se controlar quando se sentiu mental e fisicamente atraída por Pecadinho. Fora a diferença de idade, e ele ser seu professor, Pecadinho era casado. Mas os sentidos acabaram por vencê-la. Perguntei a ela se poderia, com nomes alterados e os devidos cuidados para não expor ninguém, publicar a história para que nosso grupo examinasse o caso e comentasse, talvez ajudando-a a se recompor para tocar a vida depois do final de um amor traumático. “Confio em você, Fabio. Como confiei, corpo e coração, em meu mestre.”

O caso está contido no último email que a Senhorita Z enviou a Pecadinho. Um relato de dor, angústia, êxtase, perplexidade, mas não de arrependimento.  Caudaloso, voluptuoso, e em certos momentos traindo a confusão que se apossou da Senhorita Z  ao se tornar aluna, pupila e amante de Pecadinho. A situação ganhou contornos desesperadores num certo dia em que alguém apareceu na porta da  Senhorita Z.  Era a outra, a grande rival na afeição de Pecadinho, aquela que merecera dele a aliança modesta que levava, orgulhosa, no indicador esquerdo. “Minha campainha tocou e ouvi uma mulher de 1,55, cabelos encaracolados, uns 38/39 anos, feição bem parecida com a minha, dizer (nunca vou me esquecer da cena): “Giselle, sou esposa do professor com quem você mantém um caso há mais de um ano. Temos um filho…” A vida da Senhorita Z haverá sempre de estar dividida em duas etapas: antes e depois da campainha cujo som foi cruel como um cossaco russo.

Abaixo, o email que a Senhorita Z enviou a Pecadinho. Reparem que começa num tom informal, numa quase ficção jornalística. Depois vem a exposição seca, contudente, apaixonada dos fatos.

“A estudante Giselle é apaixonada por um homem quase 20 anos mais velho e casado. Para complicar ainda mais, ele é professor dela. A relação já dura 14 meses. Ela resistiu à paixão, mas acabou se entregando. Apesar da dor e do remorso pela sua situação, Giselle conheceu as delícias de viver uma grande e enlouquecedora paixão”

Daria uma matéria e tanto!!! Mas eu escreveria assim:

Tirando a brincadeira, eu sempre soube que a gente tinha hora marcada. Encare esse e-mail como um desabafo sincero, para que possa conhecer o que falta por aqui dentro… Sei exatamente o dia em que me apaixonei por vc: dia 18 de janeiro, quando eu voltei de casa, e depois de um longo mês eu te vi novamente. Lembro como se fosse hj: vc pegou na minha mão e me olhou como quem está encantado, enquanto o frentista te esperava na janela do carro, mas vc nem percebeu. Naquele dia eu admirei vc. Olhei muito. Sabe, geralmente qnd nos vemos vc está de terno e gravata. Naquele dia eu só queria sua cara lavada, seus olhos sobre mim. Te ver sem moldura me fez implodir de paixão! Já nos conhecíamos há quase um ano quando vc invadiu o meu sossego! Fora quando te vi de terno pelos corredores da faculdade, me veio como uma aparição!

Dali em diante, Pecadinho, vc seria pra sempre. Mas ainda sim eu comecei a me policiar, achando que era empolgação. Em qualquer lugar do mundo é uma situação muito delicada uma aluna se apaixonar por um professor. E eu sei bem disso. Na faculdade eu te namorava de longe… Meses se passaram e a paixão não diminuiu. Preferi deixar a razão de lado e me entregar à paixão, me expondo a todos os riscos que você me oferecia. Bom, vc sabe como ninguém que eu guardei essa paixão em segredo por um bom tempo.

Só quando março voltou, depois de um ano que eu havia te conhecido e te paquerado pela primeira vez, pensei: ‘Tenho que desabafar com alguém… Que droga de amiga de infância é essa que não pode nem ouvir?’… Chamei a Jussara pra sair e contei td. Ela ficou de queixo caído, mas ela me conhece bem. Disse que sabia que eu não era muito puritana, mas daí a manter um relacionamento desse tipo, ela nunca acreditava. Até pq (talvez vc saiba melhor que ela) quem está acostumada com td na mão, a tempo e hora que quer, não trataria com naturalidade essa situação. Mas fazer o que se eu estou na minha pele? Começamos a discutir a idéia de eu dividir meu sentimento com vc, mas ‘se rolar sentimento, não rola’ (expressão usada no nosso primeiro encontro) não saía da minha da minha cabeça. E ai ‘Se amar é perder eu não quero te amar e ficar sem você’ também tinha grande significado pra mim. Como sempre em nosso envolvimento tão peculiar, eu disse ‘gosto, gosto muito pra desistir sem falar’ por e-mail. Aliás, a tecnologia só trabalhou a favor do nosso namoro.

Escolhi um dia em que estivesse longe, pq se a dor me pegasse, em casa eu encontro conforto e muita atenção. Confesso que quase desisti, mas a gente estava numa situação delicada, então não havia nenhum motivo pra continuar escondendo. Eu só pensava em como vc leria aquilo. Imaginei sua expressão. Vc tão desavisado me intimidou. Na sua resposta vc foi meio tímido, um pouco assustado, mas doce como sempre. Me tratou com a ternura e o cuidado que eu precisava. Como não poderia deixar de ser, vc foi didático: : ‘Infelizmente, não tenho como estimular esse sentimento… Mas preciso dizer que sou um homem dividido. Gosto de duas mulheres’. O que pra qualquer pessoa seria uma ofensa, pra mim foi vitória. Conquistar um lugar que antes não era meu, pra mim veio como um troféu. Eu não tinha expectativa de que sua reação fosse diferente, só queria que vc soubesse o que eu sentia. Queria que vc entendesse que a paixão não escolhe hora, local, pessoa. E vc sabia muito bem disso e ainda me lembrou que todos nós corremos o risco do amor repentino, e eu era apenas uma vítima dessas surpresas que o coração apronta. Contar a vc me aliviou, foi um desabafo, como este e-mail de agora. Graças a Deus, daquele dia em diante, nunca mais fomos os mesmos. Nós criamos mais cumplicidade, que a vc diverte e a mim embaraça!

Vc passou a ter uma preocupação a mais e eu sei disso muito bem. Tomou bastante cuidado para que o sexo, que antes era muito desprendido, não me soasse como apenas sexo. Tanto que me lembro de vc perguntar se ainda poderia me dizer ‘trepa gostosa’!!! O que acontece quando nossos corpos se encontram nunca existiu pra mim. É uma coisa muito maior do que eu poderia imaginar. E eu sei bem que dificilmente acontecerá assim com outra pessoa. Sabe, uma vez a Sara me disse “Querida, vc vive a iminência do final, quando qualquer pessoa comum estaria fazendo planos e querendo mais. Vc não acha cruel?” Lembro de só responder: “Estou feliz”.

Hoje tenho um sentimento controlado. Não quero enlouquecer. Só vou gostar de vc, mesmo que vc não queira ou não me goste. Estou desarmada. Eu vou sobreviver, mesmo tendo te perdido. Nosso problema sempre foi de adequação. Vc não me pode, da mesma maneira que eu não te posso. Eu não cheguei na hora errada. Só atrasada. E mesmo assim, ainda tive a oportunidade. Maravilhoso demais!!! Sou muito alegre por isso. É como se fosse meu prêmio de consolação! Esteja convencido de que, nesses 3 últimos meses eu vou fazer de td para que nossa relação acadêmica não mude.

Sabe o que eu mais gosto na nossa relação? O segredo gostoso de poder conviver com vc, sabendo de td que rola fora da universidade (ou dentro!!) e poder conviver com isso como num filme! Ninguém nunca percebeu nada entre nós, mas meus colegas sempre ficavam intrigados com meus sumiços repentinos, com minhas saídas na hora do intervalo (pra te amassar) e com os bolos e biscoitos de café da manhã. Mas ninguém nunca suspeitou da gente. Isso é o que me fascina. Como eu posso enganar tão bem? Como eu tive a capacidade de te ter como um garanhão num banheiro sujo de serviço de uma universidade? Como eu posso ter sido ousada a ponto de me entregar a você num estúdio-escola de TV? Como??? Sei que outras pessoas vão aparecer, mas acho difícil que alguma relação seja páreo para tudo o que nós vivemos.

É a primeira vez que vivo uma paixão tão verdadeira, que consegue resumir muita troca de carinho e sexo bom ao mesmo tempo. Tento não me enganar, mas às vezes, fantasio vc comigo. Já imaginei nossos caminhos se descruzando e a gente se reencontrando no futuro. Já passou pela minha cabeça perguntar a vc se eu teria chance, caso vc não fosse casado. Mas preferi não mexer nesse assunto, porque a resposta, negativa ou positiva, seria dolorosa. Se vc respondesse que não, eu ficaria chateada, claro. Se vc dissesse que sim, aumentaria o tamanho da minha perda. Eu sofreria sabendo que vc é capaz de me querer, mas não me pode.

Sem querer, Pecadinho, vc me fez um favor: me tornou mais generosa. Talvez porque qualquer pequeno gesto seu -um sorriso, uma palavra- me conforta e me aquece. E, para se contentar com pouco, você tem de aprender a dar sem esperar nada em troca. Situação difícil pra pessoas mimadas! Pode se sentir vitorioso! Vc fez de mim uma pessoa muito generosa. Estar apaixonada por vc é exercitar a generosidade. Bom, minha paixão por vc está bem calma, mas continua intacta. Vou sentir saudades de vc, vou ter que ter disciplina pra não te ligar, não te procurar.

Mas sempre q eu te ver, sei que vou tremer por dentro, como naquele 18 de janeiro. Eu vou filtrar meu acesso a vc, porque sei que será difícil controlar o que sinto. Quando vc vem falar comigo, ou vou até vc, meu corpo estremece, meu coração dispara. Tenho ciúmes dos colegas que conseguem conversar com vc naturalmente. Mas nossa relação acadêmica, como prometi, não vai mudar. E não vou usar esse nosso segredo para obter nenhuma vantagem. E saiba que se, por ventura alguém descobrir nosso segredo, terei o maior prazer em confirmar pra td universidade td o que nós passamos juntos (brincadeiraaa)! Posso ter sido grossa e incompreensiva qnd me referi à sua vida como ‘problema seu’. Mas entenda que essa foi uma maneira de me proteger, e te proteger! Não sei nada da sua vida pessoal, e nem quero saber. Não tenho curiosidade nenhuma. A sua história e da sua família não tem nada a ver comigo Quis te dizer isso para, mais uma vez, expressar o que sinto por vc.

E tmb pra que vc conheça de verdade td o que se passou aqui dentro. Se eu pudesse voltar no tempo, sentiria de novo tudo o que senti desde que o conheci. Claro que seria o paraíso se eu pudesse te ter nos meus braços novamente. Na pior das hipóteses, se isso não acontecer, vou levar para a velhice uma bela história para contar. E quem acha que isso é pouco jamais sentiu alguma coisa parecida. E pra terminar: “pelo menos não vivo a pior culpa: a de não viver os meus desejos” Um beijo.

61 Respostas to ““Sou a esposa do professor com quem você está tendo um caso há mais de um ano””

  1. Julia Duarte Says:

    Ahhh, a miséria e a glória dos relacionamentos…

    Adorei o texto, Fabio.

    bjs

    • Fabio Hernandez Says:

      Os elogios vão todos para a Senhorita Z. Apenas copiei e colei o texto dela, lavrado aliás no internetês solicitado há pouco aqui. Mas Julia: vc como uma expert em relacionamentos, como se vê em seu ótimo blog e em breve se verá num livro: que vc diria para a aluna que não conseguiu conter o apelo do instinto básico?
      F

  2. Anônimo Says:

    Professor: finalizou MUITO bem. Hahaha.

    • Fabio Hernandez Says:

      Vc poderia ao menos respeitar a angústia, o luto amoroso da Senhorita Z, Cafa.
      Tô começando a desconfiar que você é Mona, como alguém já sugeriu.

  3. Uila Gabriela Says:

    Eu vi várias histórias minhas intrísecas nesse texto…realmente fiquei emocionada ao ler.
    Mas minha cara, será isso mesmo, um bela história para contar aos filhos.

    Um beijo

  4. Alice Barros Says:

    Histórias assim acontecem o tempo todo!!! Natural se envolver e melhor ainda ceder aos encantos de uma paixão assim que rende histórias fantásticas para lembrar e contar. A maioria das mulheres sentem-se receosas a se entregar a paixões assim, mas quando o fazem, vale a pena.
    Também me emocionei ao enxergar algumas histórias no texto.
    Compartilho meu aprendizado: contra a paixão e a química, não há argumentos.
    Apoveita srta. Z. A vida é curta, faça valer a pena! Você poderá sofrer com esse envolvimento “proibido”, cabe a vc avaliar se compensará ou não.

    Fábio, estou amaaaaaando essa série “Casos das senhoritas”. Tomara que vc escreva o alfabeto inteiro!

  5. Oculta Says:

    Senhorita Z: vc tem que ler o Manual da Cafa.
    Se liga.
    Romantismo e sentimentalismo são para a OMB, a Ordem das Mulheres Burras. Como diria o Anônimo, hahaha.
    Pega um vibrador e esquece o Prof.

    O

  6. Gabriela Says:

    Fabio, isso vai começar a virar moda. Quando você for ver vai ter a caixa de email lotada de relatos amorosos… talvez eu deva escrever a minha pra você hehehe.
    Um abraço a galera dos comentários.

    • Fabio Hernandez Says:

      Gabi, sinta-se em casa. Sempre haverá uma letra — Senhorita G, quem sabe — para gente legal como você. Se quiser uma terapia de grupo em torno de sua história camuflada, é só falar.

      F

      • Monique Buzatto Says:

        Não se atreva a deixar “senhorita M.” pra outra pessoa que não eu!

        Posso até ser editora do seu próximo livro,
        “Confissões de Mulheres Sinceras”

        Os capítulos enumerados pelas letras,
        no final de cada “conto”, uma seleção dos comentários mais legais…

        =)

        Gostou, vai!?
        rs

        Um beijo.

      • Fabio Hernandez Says:

        Temos que arrumar outra letra para sua história, Nicky, ou todo mundo saberá que você é a fêmea fatal por trás das aventuras românticas e licenciosas da Senhorita M …

      • Nicky-san Says:

        Uau…
        Ganhei esse comentário de presente de aniversário! (adiantado, é só amanhã.)

        Gracias, fabio.
        Espero, enquanto o alfabeto continua, viver uma fábula digna de Senhorita M!
        rs

      • Fabio Hernandez Says:

        Parabéns adiantados, Nicky-san, e obrigado pela presença constante enriquecedora no blog.

      • Nicky-san Says:

        Gracias!
        =)

      • Alice Barros Says:

        Esse livro com certeza estaria na minha biblioteca. Qd será publicado??? rsrrs

      • Fabio Hernandez Says:

        Vamos amadurecer a idéia, Alice, deixar as coisas andarem, ver que outras histórias de Senhoritas XYZ aparecem. Já pensou nas estripulias sentimentais da Senhorita A? Lol

      • Monique Buzatto Says:

        Alice, não posso ficar pressionando o escritor =X

        Vai que ele tem um bloqueio criativo e pára de escrever bem na letra L. Fico sem minha história e sem meu produto.

        Não posso ser uma editora cruel como um cossaco russo (sempre quis usar isso, haha).

        Vamos ver como essa brincadeira de senhoritas termina
        Já que começou na X, quando parar na V, colocamos o escritor na parede e quero ver se ele não publica! Iéeeeee…

        Beijo,
        M.

      • Fabio Hernandez Says:

        Nicky-san, escritores baratos não podem se dar ao luxo de bloqueios …

      • Rebeca Says:

        Moniquee!!

        com certeza vou ser uma das que vai querer ver esse livro publicado. =)

        e Fabio… se prepara porque já virou moda… que mulher não quer ver sua história publicada assim, como um romance…
        Cada uma já viveu amor e desamor, e as que não fizeram loucuras ainda, tenha certeza que farão!
        Ou então se sentirão infelizes, como pessoas que conheço.

        Beijoo

      • Nicky-san Says:

        Fala se não sou uma boa marketeira!

        Outra sugestão pro título…
        “Mulheres Sinceras de Fabio Hernandez.”

        Se eu não for a editora (de fato), posso ao menos organizar a noite de autógrafos?

        BeijoO, meninas

  7. Senhorita Z Says:

    Respondendo a todos:
    • Júlia: miséria e glória. Sim. Mas ainda assim (ou apesar de) a glória ainda é a melhor lembrança!
    • Anônimo: finalizou. Usou o termo técnico. Finalizou o meu corpo. E com intensidade maior ainda, finalizou meu coração. Você enxerga só o que você vive de experiência, ou mercê receber. Corpos frios em camas estranhas. Você nunca vai ter a magia e o calor que eu ofereci ao meu mestre. Deve ser essa certeza que faz de você essa pessoa indecentemente vazia. Pena pra você, já que os corações de muitos aqui são férteis, incluindo o meu.
    • Uila: não me orgulho do meu papel. Não me orgulho do que vivi. Não acho bonito sair com homem casado, atropelar famílias, executar as tradições. O que eu tenho de bonito pra contar é o fato de ter sentido o chão tremer por debaixo dos meus pés, como um texto do próprio Fábio afirmou. Uma das minhas 3 chances já se foi. E foi lindamente encenada ao lado dele.
    • Alice: obrigada pelo apoio e pela alegria! Nós não temos nada de concreto mais. Nossa agonia se deu depois do encontro com a esposa dele. Temos trocado alguns e-mails trocados espaçadamente, todos saudosos da época em que vivemos esse furor. Ele é muito covarde para alimentar qualquer esperança em mim. Eu tenho outro relacionamento. Saudável, construído de forma tranqüila, sem a doença da paixão escandalosa. Minha vida caminha para ser um retrato da que ele vive com a esposa. E a felicidade me acompanha, tenha certeza. Só não tenho a montanha-russa de sentimentos que tinha ao lado dele.

    • Fabio Hernandez Says:

      Ops: uma frase da Senhorita Z me chamou imediatamente a atenção: “a doença da paixão escandalosa”.
      Os grandes amores, aqueles que nos empurram para uma gangorra emocional gloriosa e miserável, ou a montanha russa de que fala a senhorita Z, eles são doentes?

      A melhor relação que se pode ter é equilibrada, e não alucinada? Nem o êxtase e nem a depressão?

      F

      • Senhorita Z Says:

        O ideal é diferente do que é melhor, Fábio.
        O que eu tive, aquela paixão indecente, foi bem melhor do que tenho agora, o relacionamento normal.
        Depois de conhecer a fúria de um coração apaixonado, merecemos isso: relacionamentos normais.
        Me entristece um pouco…

      • Senhorita Z Says:

        …É o preço que eu tenho que pagar por ter vivido uma história tão explosiva.
        Não se pode viver tamanha paixão sem pagar algo em troca.
        O preço que estou pagando é a normalidade da vida comum…

  8. Senhorita Z Says:

    Continuando…

    • Oculta: respeito sua maneira de pensar. Mas algo que você não sabe: escrevi para o Fábio encorajada pelo seu texto. E usei a seguinte expressão: uma pessoa que acha que tanto sentimento é pouco, dispensável para alimentar a alma, não merece sentir nada parecido com o que eu senti. E sobre esquecer: não tem como…

    • Fábio: gentil, como sempre! O livro é uma ótima ideia. Mas não nos poupe de seus textos, por favor… sobre a inserção do meu texto aqui, acho que muitas pessoas não entenderam ainda que conhecer o fundo do poço é um direito (eu usaria dever) de todo humano. Significa que temos algum sentimento bom, alguma lembrança querida, algum amor para ofertar…

    • Ana Says:

      Bah, realmente fiquei muito interessada na história da Senhorita Z, que poderia ser G de Giselle, sem dizer que a Senhorita Z era aquela que gostava de barbas…
      Z, Gostei das suas respostas, da sua descrição, realmente para o Anônimo e a Oculta é apenas reduzir relações, não que eu acredite em sexo apenas com amor, mas que esse potencializa o primeiro potencializa. Ah, vc está se saindo muito bem em uma situação que é fonte de preocupação para a (sumida) Srta Y: ou seja, lidando com o amainar da paixão. Não quero te desiludir, e não acredito muito nos “ses”, mas, se vc e seu mestre ficassem juntos, como um casal romântico, provavelmente ou se abriria mão do sexo exponencial ou do romance mesmo. A rotina não abarca tanta coisa.

      Ou como diria Caetano: ou não. Vai saber. Não acredito em “ses”.

      • Fabio Hernandez Says:

        Culpa minha se me confundi de letra, Ana.
        Tantas Senhoritas com histórias incríveis que me perdi.
        Mas o fato é que a aluna que se entregou a Pecadinho ganhou o posto de Senhorita Z.

  9. Eliane Says:

    Não há nada que se compare a essa sensação única de amar…
    É uma pena que as circunstancias não tenham sido favoraveis, mas torço para que você, senhorita Z, seja feliz em seu novo relacionamento, que com certeza não será igual, mas que seja tão bom quanto!!!

    Beijos…

    O livro renderia, afinal, quem nunca passou por essas situações de amores e desamores??? Deixem a letra “E” reservada para mim… rs

  10. Nicky-san Says:

    Miss Z,

    Seu comentário sobre o fundo do poço fez um sentido absurdo pra mim.

    Só pra ser metafórica:
    Sabe quando você sente que nada pior pode acontecer, respira fundo e a sua coluna até fica reta, você levanta a cabeça e tudo isso é involuntário?
    Você está pronta pra seguir em frente e o céu é o limite.
    A vantagem é que dessa vez, por você ter vivido coisas que te deixaram mais forte, não vai se deixar abater pelos mesmos motivos de antes.

    Vejamos se a minha Análise do Discurso barata vale de alguma coisa.
    Acho que você é de escorpião, também.
    Talvez isso aqui tenha a ver com você.

    – Envolvida nos processos mais completos da mudança e da transformação, e entende o ciclo da destruição e da reconstrução.

    – À semelhança de fênix, é capazes de se erguer das cinzas e começar tudo de novo.

    – Impelida por poderosas necessidades sexuais, e é conhecida pela vontade de ferro, pela crueldade, pelas emoções poderosas e tempestuosas e pelo autocontrole.

    Tentei me colocar no seu lugar e, posso falar?
    Não foi tão difícil quanto eu pensei que seria.

    Alguém que nunca esteve no fundo do poço jamais vai enxergar poesia nas coisas mais simples.

    Pra mim, o tom de nostalgia é que torna sua história linda.

    Na vida, nada que começa com “Era uma vez…” termina com “felizes pra sempre…”, não é verdade?

  11. Nina Says:

    Querido Fabio:
    Estas equações matematicas do segundo grau que me traziam o pavor que eu tinha dessa disciplina, atraves do seu blog, me fazem superar o trauma que eu tinha! ehe 🙂 Estou adorando as equaçoes intrigantes, dificilimas,engraçadas, sexy descritas !! Nunca antes as incognitas X, Y, Z me pareceram tão humanas, imperfeitas e interessantes quanto agora!!

    Querida Sra. Z:

    Se um por lado eu sei que a sua historia faz parte da vida, por outro temo daqui a 20 anos estar tomando o papel da mulher de 1,55 e cabelos cacheados,isto é a esposa traida (que coincidentemente mede o mesmo que eu). Nao é uma critica,é apenas um conselho. Ha 9 anos quando cursava a universidade tive o mesmo “incidente”. Nunca me envolvi com esse homem pois sabia que ele era casado mas mais ainda, eu tinha muito medo da tal LEI DO RETORNO. Pensei comigo, hoje sou a Lolita de 19 anos, amanha serei eu a balzaquiana dos 40.Hoje sou eu quem tenho a pele firme, cheia de energia ,o olhar esperançoso, amanha serei eu a “vida estavel”e nao mais a “aventura de um homem. O tempo é cruel, mesmo que alguns se utilizem dos recursos da tecnologia , lembre-se que o tempo passa para todos nos na mesma proporção.A mulher que se dirigiu a ti hoje, poderá ser voce amanha.

    Saudaçoes a todos!

    Nina

    • Nicky-san Says:

      Nina!

      Gosto da Lei do Retorno (alguns dão nomes diferentes, mas no fim é o mesmo princípio).
      Cá entre nós, dá muito bem pra alternar entre a sapequinha russa e a francesa intrigante, não tem tanto a ver com a idade, mas o quanto a gente aprendeu enquanto envelhecia.

      Também tive uma paixonite por um professor. Quem de nós nunca teve, que atire a primeira pedra!

      Um beijo.

      • Fabio Hernandez Says:

        e …?

      • Nicky-san Says:

        Eis que o professor do jornalismo chega na sala de Letras com seu jeitinho descolado, não-tradicional e ‘cool’ de dar aula…
        “Finalmente, um professor que é a minha cara.” – pensa uma Nicky desanimada, no último semestre da licenciatura.

        Ele realmente me fazia ansiar pela “última aula de sexta-feira”, que era a melhor da semana.

        Mas não tivemos nenhuma história, fabio, só uma paixonite platônica mesmo.

        Curioso… acabei de lembrar que já estive do outro lado…
        Uma vez saí com um aluno que era todo apaixonadinho por mim. Todo fofo, todo romantiquinho, mas não era a minha cara.
        Não sei, talvez porque tinha um pouco de “Oi, amigos, peguei a professora. Há! :D”. Não gostei disso, por mais que ele fosse um cara legal e inteligente.

        E também por não conseguir esquecer que eu era a professora.

        Foi só uma vez, não foi tão importante assim, mas aprendi a lição.

        Li o comentário de alguém num post bem antigo, em que você fala que os sonhos servem pra que a gente sonhe, não pra que a gente os realize (algo assim…)

        Eu sei que poderia ter insistdor no professor (e sei que teria conseguido o que eu quisesse), mas penso que tem outros jornalistas como ele por aí. Um deles terá a maiso ou menos a minha idade, não será meu professor e, possivelmente, trabalharemos juntos, já que o professor me ajudou a enxergar que talvez eu estivesse no curso errado.

        Acho bonitinho, até, eu ainda ficar suspirando pelos cantos cada vez que vejo aquele óculos no rosto dele…
        Ou aquela paixão absurda que ele tem pela nossa outra profissão, de professores…
        E mais ainda, aquele nariz enorme…

        Ah, aquele nariz enorme!

    • Fabio Hernandez Says:

      todos devem estar curiosos, como eu, para saber do que vc é professora, Nicky-san. é uma das atividades mais lindas que existem, a de dar aula.

      • Nicky-san Says:

        http://soentrenozes.wordpress.com (Escrevi sobre essa paixão toda ainda ontem…) ==> Parece que é pouco, mas há 4 anos, sou a teacher doidinha que tenta fazer as pessoas falarem inglês, rs.

        Também dou aula de literatura…
        Meu professor “todo-poderoso” da faculdade (não o do nariz enorme, o de literatura portuguesa) diz que “quem quer escrever, não fica tendo idéias… Um escritor de verdade escreve. Eu, como escritor, sou um ótimo professor.”

        Vamos ver como eu me saio trocando de lugar um pouco…

      • Fabio Hernandez Says:

        Tive uma professora de inglês aos 12 anos que, na minha memória pelo menos, era tão linda quanto a namorada do Sundance em Butch Cassidy, a Katherine Ross, morena de fazer bispo chutar poste. Ela também faria A Primeira Noite de Um Homem, com o Dustin Hoffman, filme que tem uma das melhores cenas do cinema: a do casamento. Mais não conto.

      • Karina Says:

        Tive um professor de matemática aos 14 anos que, na minha memória pelo menos, era tão… era tão nada. Ele era só mais jovem que o habitual, atlético e popular rsrs Mas não era minha cobiça. Depois nos reencontramos, novamente como professor e aluna, nos meus 17 anos. Depois, um pouco depois… bem… Mais também não conto. Mas queremos ouvir sua continuação, Fábio Hernandez. Agora que deu o bilhete do embarque é de bom tom levar até o destino =p

  12. Mariana Says:

    As boas histórias de amor (como as da Senhorita Z) só acontecem porque nós mulheres somos muito sonhadoras, e eles – os homens, deveras indecisos! Fábio, belo texto! Adoro vc. Beijos!

  13. Says:

    Poxa… Que post maravilhoso… Estou trêmula frente ao PC… Porque eu sinto que estou me apaixonando por um professor… E quem sabe, eu estarei na situação da senhorita Z. Este texto será um alerta, e uma inspiração… Porque a vida está aí, vivemos, respiramos, amamos e desejamos, independente das relações que já mantemos…

    • A.Poullan Says:


      Sei que essa conversa não é comigo, mas é aberta, então tomo para mim a liberdade de resposta.
      A questão não é se apaixonar pelo professor. A questão é que o sobrenome do Professor é Casado e Com Família. Pior: um cara que continua a amar a esposa, mas como vive a rotina que a estabilidade emocional favorece, busca nos braços da aluna inteligente, moderna, interessante, etc, o suplemento para reviver os dias de paixões voluptuosas. Veja que uso a palavra Suplemento em vez de Complemento. Esse último é usado qdo falta um pedaço; o outro, quando se quer ter mais do que o necessário.
      Sempre tomei o cuidado de não ser amante pois penso que no predestinado fim, quem perde afetuosa, moral e emocionalmente é quem fica apenas com a história.

  14. Alice Barros Says:

    Ah Fábio, a srta A deve ter poucas mas boas histórias pra contar! kkkkkkkk
    Certamente que surgirão mtas histórias de srtas na sua caixa de e-mail e eu acompanharei antenciosamente todas elas.
    =*

  15. Fabio Hernandez Says:

    Pergunta dirigida à Senhorita Z, a verdadeira, a que se entregou ao mestre Pecadinho: e se ele procurar vc de novo? Para a comunidade, uma pergunta derivada disso: o que vocês acham que ela faria? Manteria a distância ou se entregaria outra vez?

  16. Oculta Says:

    A verdade é que amor de pica fica.
    Quem vai dizer que não?

    • Fabio Hernandez Says:

      Me permita ser sincero, Oculta: vc poderia ter um pouco mais de … classe.
      Ainda que seja verdade o que escreveu, faltou poesia como a que se viu no relato emocionado da Senhorita Z, a aluna que quebrou muros e tabus para se entregar ao mestre casado e velho.

  17. Eliane Says:

    Nessa situação da senhorita Z, seria uma luta da emoção contra a razão e só mesmo o momento decidiria qual teria mais força…
    Mas meu palpite seria que ela manteria a distância… Agora ela tem um novo relacionamento e a situação da qual fez com que ela e o pecadinho não ficassem juntos permanece…
    Difícil essa questão… O coração é muito traiçoeiro…

  18. Uila Gabriela Says:

    Cara Senhorita Z,
    Eu disse que seria uma história para ser contada aos seus filhos não por ter um alto teor moral e ético, mas sim pela sinceridade com que viveste este momento e com o que tiraste de bonito de tudo isso.
    E as nossas histórias devem ser assumidas em toda a sua complexidade, com lado bom e mal, sem neuras ^^
    E não aniquile o fato de isso ter realmente marcado a sua vida, e muito provavelmente a dele, mesmo que talvez ele não admita!
    Mas ainda assim a considero emocionante, com os prós e contras =)

    E a idéia do livro tem o meu total apoio!

    De uma distante, mas verdadeira, fã do Fábio Hernandez.

  19. berenice Says:

    Incitante!

    “A única maneira de se livrar de uma tentação é ceder a ela.” Oscar Wilde.

    • Fabio Hernandez Says:

      Sêneca vs Wilde: “É mais fácil não começar do que terminar.”
      Sinceramente? Em situações muito complicadas, como a da Senhorita Z, que pelo seu relato pungente nos comoveu a todos, acho que existe um momento no qual você ainda pode dizer para vc mesmo: não!
      Depois, morreu Neves, como dizia Tio Fabio …

      • berenice Says:

        É uma guerreira essa Senhorita e das mais corajosas! Escolheu as opções mais difíceis, cedeu à tentação (sabendo da consequente solidão) e depois disse não, terminou. E ainda faria tudo de novo do mesmo jeito! Sábia, a Senhorita Z se livrou de mais uma difícil tarefa, levar o resto da vida pensando se deveria ter se entregue a essa paixão, isso sim ia doer. Isso é incitante, não a transgressão, mas a coragem e ainda saber lidar com as consequências.

        Quanto às motivações dela, do professor e da sua esposa… dariam volumes e volumes de leitura. Né?

  20. Senhorita Z Says:

    Pessoal, ao final a tarde tentei postar para todos, mas o pc do trabalho tava com algum problema.
    Salveitodas as respostas e amanhã envio ela manhã.
    Quanto ä pergunta do Fábio, se ele procurar não. Eleprocurou.
    E o que é mais interessante: hoje, depois ue essa história veio atona.
    Amanhã conto tudo.
    1 ano depois… eis que ele resurge.
    Mas foi por outra cncidecia, não pelo blog!!!

  21. caiobarbosa Says:

    Pede para senhorita Z esquecer tudo isso e começar a escrever romances! Eu seria mais um leitor!

  22. Jacque Says:

    Fantástico! Não digo pela história, mas pela narração dela como se fosse uma personagem de alguma ficção! Incrível! Paixões, amores… é, relacionamentos “não assumidos” raramente tem um final interessante para os dois lados. Digo isso, porque talvez o tal professor nem tenha perdido a esposa, pela forma que a mesma encontrou a suposta e certa amante de seu marido. Normalmente, a mulher traída age de forma explosiva. Enfim, acho que nessa história a maior prejudicada foi a esposa traída. Não acho legal dar em cima de homens casados, não é uma atitude que eu faria, mesmo se a paixão surgisse. O mesmo vale para homens que namoram. Compromisso é compromisso. E, aliás, ser a outra é repugnante. Desejo que ela encontre alguém que a preencha como o tal professor, que seja solteiro e que realmente dê valor a sua paixão e imenso amor. Mas concordo com uns comentários acima: Ficar se remoendo por essa paixão não a levará a lugar algum.

    Beijos, parabéns pelo post, Fábio 😀

  23. Senhorita Z Says:

    Nicky-san;

    Eu tenho tantas filosofias sobre o fundo do poço…

    E acho que é nesse momento, quando a gente não consegue nem se enxergar direito, que nos fortalecemos como ser humano.

    Sofrer a dor da perda do amor é diferente de outras perdas, como a morte, por ex. O amor não morre com o fim. Talvez não morra nunca. Nem a pessoa a quem ele é dedicado. É uma perda presente. Quase um ritual melancólico de deixar o vício.

    As dores passam do coração para o corpo. A gente sufoca com uma bola de ar na garganta. O teto do quarto parece estar baixo, quase esmagando a gente. E isso geralmente acontece justo naquela manhã em que precisamos acordar para apresentar aquele projeto importante.

    E mesmo assim você toma um banho, passa um batom (daquela grife famosa que quando chegou a fatura do cartão com o preço você pensou na loucura bem cometida) e vai trabalhar.

    O mundo não para para celabrar sua dor junto com você. O mundo é muito injusto pq as pessoas vivem apesar da sua dor. E você acha todos muito egoístas por esse motivo: como alguém pode se divertir e tomar uma ice enquanto seu coração parece uma semente triturada?

    O mundo injusto continua te dando manhãs apesar de sua dor. E obrigações. Os supermercados não fecham. Parece que ninguém enxerga o luto tremendo que se instalou.

    Você simplesmente é obrigada a erguer a coluna. É involuntário sim!

    Não sou de escorpião, mas minha melhor amiga, sim. Me dou muito certo com seu signo, apesar de nenhum dar certo com o meu (leonina, minha querida!).

    Sobre o felizes para sempre…. Acho que nem a Cinderela foi. Imagina o amor dela estirado no sofá, domingo a tarde, assistindo Faustão e arrotando…

    Contos não existem.

    Pena pra nós, que queremos vier de amores românticos, relacionamentos poéticos.

    Por isso quero viver essa lembrança linda que meu mestre me deixou…

    Mas ainda sim, um resquício de raiva e crueldade que alimento com a cena dele me dizendo “Eu amo minha esposa, amo meu filho e vou reconstruir minha família”, me faz ter um pensamento impiedoso:

    “Ele merece que eu me acabe na cama. Com outro.”

    Um beijo carinhoso de felicidades pelo seu dia, querida!

    Ana:

    Deve ser justamente por esse fato que não ficaremos juntos nunca!

    Eu não quero transformar a magia em mesmice… Foi tudo muito especial para acabar na normalidade.

    Eliane:

    Todas nós merecemos felicidades sem fim!

    Obrigada!

    Nina:

    Aos 20 anos nós não sabemos mensuramos as consequências reais dos nossos atos. Eu sei que não foi nada bonito, nem da maneira certa, mas prefiro não pensar no que posso ter que pagar pelos meus atos. Eu acredito mesmo na justiça divina, o que vc chama de lei do retorno, mas acho que o preço maior, a dor pior, foi ter ficado sem ele. Se eu tiver que sofrer mais ainda por essa inconsequência minha, o farei. Simplesmente pq acredito não se pode amar tanto, não se pode ter tanta felicidade, sem pagar nada em troca.

    Ká:

    Se a minha experiência teve um desfecho ruim, não deve ser comparada ao que pode ser belo pra você. Não se intimide. Só cuidado com as armadilhas da vida. Quer saber? Eu faria tudo de novo…

    • Nicky-san Says:

      (Daqui 5 minutos meus convidados chegam aqui em casa, li seu comentário no meu e-mail.)

      Vim agradecer o beijo e os votos de felicidade!
      Meu priminho de 5 anos está aqui dançando tango comigo no meio da sala…
      haha

      Depois eu volto e comento alguma coisa válida, rs.
      Beijos a todos!

  24. Senhorita Z Says:

    Berenice:

    Faria de novo. Mil vezes. O que eu conheci em sentimento, vale qualquer dor posterior. Eu só abri mão e deixei ir de forma tranquila pq ele não seria a mesma se ficasse só comigo. Uma completava a outra…

    Jaque:

    Eu tbm achava que nunca seria capaz. Até pq presenciei histórias triste de traição dentro da minha família. Conhecia a dor de uma mulher traída. Mas saiba que quem mais perdeu foi ele. Perdeu a chance de ter a juventude nos braços novamente!

    Caiobarbosa:

    Obrigada pelo up na auto-estima.
    Escreveira com muito prazer. Mas precisaria de leitores que gostassem de roamnces romanticos para me ler. E a oculta ai de cima me faz ver que as pessoas náo gostam mais de viver um pouco de ilusão. Portanto, eu seria um fracasso…

  25. Camila Says:

    hahahahahahaha

    sou nova no “grupo”, mais já li qause todos os post em uma semana…
    vc, Fábio, é incriveeeeeeeeel!!!

    Falando do seu post acima:
    então porque começou?!

    bjus com admiração
    Cami

  26. Anonimo Says:

    Sinto uma certa compaixão pela Senhorita Z e desprezo pelo Professor.
    A Senhorita Z pensou que estava caçando, mas na verdade foi caçada por um expertalhão. Ela deve ter pagado com lágrimas e insônia cada ejaculação que teve com o Professor. (Sei que vocês também ejaculam, não adianta ficarem vermelhas.)

    E o Professor é repulcivo. Finalizar e soltar é o lema do HOMEM MODERNO.
    Ao finalizar e segurar, ele mereceu o apelido de Pecadinho.
    Hahaha

    Mulheres: torçam por mim pq segunda vou saber a resposta sobre meu MBA. Fingers crossed, sil vou plait!

  27. Fabio Hernandez Says:

    Fábio,

    Por algum problema que não sei qual, não consigo postar respostas no blog. Seria muita folga pedir que vc passasse meu recado lá???

    Acho indelicado deixar as pessoas sem resposta. E esse foi um problema dessa minha paixão mal-resolvida.

    Sobre sua pergunta, a reaproximação…

    Assim que nosso acabou ele ficou silente por um tempo. Curto, mas ficou.

    Comecei a receber e-mails de uma pessoa que não existia, eu não conhecia, mas com uma maneira muito parecida de escrever. Não demorou pra que eu descobrisse que era ele. Esse e-mail era necessário já que foi através do e-mail que ela nos descobriu…

    De lá pra cá, semanalmente nos falávamos. Eu tinha crises, claro. Esperei por ele, alimentei esperanças, vim tocando a vida como quem sempre espera uma surpresa.

    Até o dia em que cansei e fiquei sabendo que a reconstrução do casamento estava mais evoluída do que podia imaginar. Ele realmente estava arrumando a casa. E a intenção dele era acalmá-la e voltar pra mim, mas daquela mesma maneira: terças de manhã e quintas a tarde.

    Foi um choque. Larguei o que eu tinha de concreto: emprego, início de carreira, a liberdade de quem mora longe de casa. Voltei pro interior.

    É importante ressaltar, Fábio, que minha família é muito tradicional. Apesar de ter pais muito novos (minha mãe não chega a ter 20 anos de diferença da minha idade), são muito religiosos, fui criada dentro da igreja sabendo que família é uma instituição sagrada. A filosofia do casamento perfeito e para sempre é o que eu aprendi que é o certo. E o que Deus une, ninguém separa.

    Quando terminamos, a ameaça do fim do casamento dele me fez sentir toda a culpa do mundo. Enlouqueci a ponto de passar 18h dentro de uma igreja, pedindo a Deus perdão, e que conservasse o matrimônio por mim abalado.

    Voltei pra casa. Reencontrei um namoradinho de adolescência e estamos de casamento marcado. Ele, o atual, é um empresário que tem algumas escolas na região de onde moramos. E hoje temos um evento promovido por uma dessas escolas. A coincidência é: o único amigo dele que sabia de nós, um cunhado, é músico. Ele é o cantor da noite de hoje. Eu não sabia disso até ontem. Inevitavelmente, apesar dos quilômetros que nos separam, a lembrança, nessa noite, vai ressurgir com mais furor que nunca. Nunca mais tive oportunidade de ter nosso tão próximo.

    Não pense que estou quieta: não quero voltar pra ele. Não mesmo. Mas vou mexer com ele, como aqueles e-mails com codinome estranho mexeram comigo: vou mandar uma espécie de “recordação” pelo cunhado. Algo me diz que ainda posso ter esse homem em minha cama novamente. Essa idéia me assusta, mas ele não vai sair impune por mexer tão profundamente com um coração corajoso de mulher. Vai ter uma surpresa e tanto…

    Ah! Os recadinhos, por favor!!!

    Um beijo.

    Nicky-san;

    Eu tenho tantas filosofias sobre o fundo do poço…

    E acho que é nesse momento, quando a gente não consegue nem se enxergar direito, que nos fortalecemos como ser humano.

    Sofrer a dor da perda do amor é diferente de outras perdas, como a morte, por ex. O amor não morre com o fim. Talvez não morra nunca. Nem a pessoa a quem ele é dedicado. É uma perda presente. Quase um ritual melancólico de deixar o vício.

    As dores passam do coração para o corpo. A gente sufoca com uma bola de ar na garganta. O teto do quarto parece estar baixo, quase esmagando a gente. E isso geralmente acontece justo naquela manhã em que precisamos acordar para apresentar aquele projeto importante.

    E mesmo assim você toma um banho, passa um batom (daquela grife famosa que quando chegou a fatura do cartão com o preço você pensou na loucura bem cometida) e vai trabalhar.

    O mundo não para para celabrar sua dor junto com você. O mundo é muito injusto pq as pessoas vivem apesar da sua dor. E você acha todos muito egoístas por esse motivo: como alguém pode se divertir e tomar uma ice enquanto seu coração parece uma semente triturada?

    O mundo injusto continua te dando manhãs apesar de sua dor. E obrigações. Os supermercados não fecham. Parece que ninguém enxerga o luto tremendo que se instalou.

    Você simplesmente é obrigada a erguer a coluna. É involuntário sim!

    Não sou de escorpião, mas minha melhor amiga, sim. Me dou muito certo com seu signo, apesar de nenhum dar certo com o meu (leonina, minha querida!).

    Sobre o felizes para sempre…. Acho que nem a Cinderela foi. Imagina o amor dela estirado no sofá, domingo a tarde, assistindo Faustão e arrotando…

    Contos não existem.

    Pena pra nós, que queremos vier de amores românticos, relacionamentos poéticos.

    Por isso quero viver essa lembrança linda que meu mestre me deixou…

    Mas ainda sim, um resquício de raiva e crueldade que alimento com a cena dele me dizendo “Eu amo minha esposa, amo meu filho e vou reconstruir minha família”, me faz ter um pensamento impiedoso:

    “Ele merece que eu me acabe na cama. Com outro.”

    Um beijo carinhoso de felicidades pelo seu dia, querida!

    Ana:

    Deve ser justamente por esse fato que não ficaremos juntos nunca!

    Eu não quero transformar a magia em mesmice… Foi tudo muito especial para acabar na normalidade.

    Eliane:

    Todas nós merecemos felicidades sem fim!

    Obrigada!

    Nina:

    Aos 20 anos nós não sabemos mensuramos as consequências reais dos nossos atos. Eu sei que não foi nada bonito, nem da maneira certa, mas prefiro não pensar no que posso ter que pagar pelos meus atos. Eu acredito mesmo na justiça divina, o que vc chama de lei do retorno, mas acho que o preço maior, a dor pior, foi ter ficado sem ele. Se eu tiver que sofrer mais ainda por essa inconsequência minha, o farei. Simplesmente pq acredito não se pode amar tanto, não se pode ter tanta felicidade, sem pagar nada em troca.

    Ká:

    Se a minha experiência teve um desfecho ruim, não deve ser comparada ao que pode ser belo pra você. Não se intimide. Só cuidado com as armadilhas da vida. Quer saber? Eu faria tudo de novo…

    Fábio:

    Se não. Isso aconteceu depois do fim. De maneira sutil. Mas ontem, depois do post, aconteceu uma coisa intrigante. Uma coincidência que, fatalmente, vai nos fazer cruzar. Te conto por e-mail…

    Oculta:

    Você realmente não merece viver momentos mágicos. Não merecia nem saber dos meus. Especial demais para uma mente tão estéril.

    Obs.: Se couber resposta, favor enviar ao outro e-mail.

  28. Nicky-san Says:

    Permitem-me um momento propaganda?

    Nossa querida Alice Barros, sempre presente com suas observações ótimos, tem uma mão pra escrever que vocês não têm ideia!

    Comecem com esse texto http://bit.ly/Csn0p e sintam-se perder o fôlego junto com ela!

    Alice, amiga, por favor, abra espaço pra comentários no seu blog!!
    ;D

    Beijos, pessoas…

  29. A.Poullan Says:

    Pois seria (e fui) a esposa do professor.
    Acredito que as pessoas podem se interessar por qq um, mas tbm sei que essas coisas só vão pra frente se cultivarmos. E sabendo qual é o fim, seria melhor sufocar a atração e se concentrar numa paixão onde o final dela é imprevisível.
    Já estive do outro lado sendo inocente. Bati à porta de uma sta. Z tbm apaixonada pelo profº. Encostei o professor na parede e ele não chegou sequer a escolher, pois tinha certeza de qual valia à pena. Eu tbm estava certa disso.

  30. Marina Says:

    Eu sou louca pelo meu professor de universidade. Até tremo quando estou ao pé dele. Adoro o jeito dele falar, seu sorriso, o humor, sua descontração na aula, a maneira como ele consegue dar exemplos do dia a dia na aula. Vejo nele um idealista mas também um lutador por um mundo mais justo. Ele é muito mais velho que eu, e por mais que eu chame estúpida a mim mesma, não dá para controlar. Na primeira vez que o vi, senti uma dor no coração como se ele fosse saltar. E que vergonha dele…foi atração instantânea. Só me dá vontade de sorrir quando ele tem daquelas tiradas espectaculares. Acho-o atraente e enternecedor em quantidades iguais. Quando digo o nome dele há um estremecimento em mim. Nem consigo dormir direito no dia anterior às aulas daquela disciplina.
    Ai…quem me dera que ele não tivesse esposa. Mas tem, e o pior é que eu sei quem ela é 😦 E nunca tentaria interferir na vida deles. Espero que este sentimento se transforme numa boa amizade e troca saudável de ideias. Há tanto tempo que estava incapaz de sentir algo assim que julgava que o meu coração tinha morrido. Sou uma mulher nova mas já sofri muito, infelizmente…

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